Deputada estadual eleita com mais votos na história
do Brasil, a advogada Janaina Paschoal teve a sua prestação de contas negada pela Justiça Eleitoral. O caso ainda será analisado por um relator, que decidirá se levará em frente a denúncia. Caso isso aconteça, ele poderá ser impedida de assumir uma cadeira na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).
Janaina Paschoal recebeu 2.060.786 votos nas eleições de 2018, ficando no primeiro lugar. A então candidata do PSL, mesmo partido de Jair Bolsonaro, teve mais de quatro vezes mais votos do que o segundo colocado, Arthur Mamãe Falei (DEM), que recebeu 478.280 votos.
Segundo a análise técnica da Seção de Contas Eleitorais, a advogada não entregou relatórios no prazo estipulado indicando a arrecadação de R$ 18,5 mil durante a sua campanha. Além disso, faltam documentos que provem a prestação de serviços de dois funcionários que, juntos, teriam recebido R$ 4 mil.
No site da Justiça Eleitoral consta que Janaina Paschoal recebeu, em sua campanha, R$ 65 mil. Valores que foram declarados como sendo R$ 58,5 mil de recursos próprios e outros R$ 6,6 mil vindo de doação do PRTB. O partido fez parte da coligação de Jair Bolsonaro e, inclusive, indicou o General Hamilton Mourão como vice e Rodrigo Tavares como candidato ao governo de São Paulo, mesmo estado pelo qual a advogada se elegeu.
Por meio de seu Twitter, a deputada eleita declarou que todo o dinheiro que usou na campanha é seu e que as pessoas que trabalharam no período eleitoral assinaram contratos que foram enviados ao escritório que fez a prestação de contas.
“Estranhei muito a informação de perda de prazo, pois tomei o cuidado de contratar especialistas em direito eleitoral. Já liguei para o advogado, que me assegurou que apresentou todos os documentos no prazo (...).Estou muito chateada. Fiz questão de não receber doações, nem públicas, nem privadas. Fiz uma campanha enxuta com recursos próprios. Fiz questão de contratar um escritório para fazer minha prestação de contas. (...). Para aqueles que estejam interessados, declaro que todos os documentos estão à disposição”, escreveu Janaina Paschoal.
A professora de direito penal da Universidade de São Paulo (USP) já declarou que pretende concorrer à presidência da Alesp em 2019 . Caso não consiga, gostaria de se tornar a líder do PSL na Assembleia.
A advogada ganhou fama por ser uma das autoras do pedido de impeachment da então presidente Dilma Rousseff em 2015. No ano seguinte, participou de debates e deu depoimento na comissão especial da Câmara que analisava o impedimento da petista na Presidência da República.
Janaina Paschoal se filiou ao PSL e chegou a receber convites para ser candidata a vice-presidente na chapa com Jair Bolsonaro, mas, alegando que não poderia deixar São Paulo pelos próximos quatro anos, preferiu lançar a candidatura a deputada estadual.