O futuro ministro da Justiça no governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), Sérgio Moro, anunciou nesta terça-feira (20) que Maurício Vareixo será o novo diretor-geral da Polícia Federal (PF) a partir de 1º de janeiro de 2019, quando o novo governo toma posse. A expectativa era de que Moro anunciasse sua decisão até o fim dessa semana, mas o ex-juiz federal se antecipou e confirmou sua escolha pelo superintendente da Polícia Federal no Paraná para o cargo.
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Além de Maurício Vareixo, Sérgio Moro também confirmou que a delegada da Polícia Federal Érika Marena vai ocupar a função de diretora-geral do Departamento de Recuperação de Ativos e Coorperação Jurídica (DRCI), ela também era cotada para o cargo de diretora-geral da PF, mas, nos últimos dias, viu Vareixo ganhar a preferência de Moro. Os dois policiais federais atuaram diretamente ao lado de Moro na Operação Lava Jato que conduziu os processos na primeira instância na Justiça Federal em Curitiba.
O anúncio foi feito no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília, onde funciona o gabinete de transição. Na véspera, Moro foi visto almoçando na companhia de Érika, e também do ex-superintendente da PF no Paraná, Rosalvo Franco Ferreira, da sua futura chefe de gabinete no Ministério da Justiça e da Segurança Pública, Flávia Blanko, e de Marcos Koren, ex-chefe de comunicação da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.
Na saída do almoço, o futuro ministro da Justiça que teve seu pedido de exoneração do cargo de juiz federal confirmado na segunda-feira (19) pelo Diário Oficial falou rapidamente com a imprensa e foi questionado sobre se iria definir o nome do futuro diretor-geral da PF ainda nesta semana, quando disse que "talvez".
Os escolhidos de Sérgio Moro
Os dois policiais federais escolhidos e confirmados por Moro hoje para integrar cargos de confiança do futuro ministro da Justiça trabalharam ao lado do ex-juiz que conduziu os processos da Operação Lava Jato na primeira instância na Justiça Federal em Curitiba e fazem cumprir a palavra de Sérgio Moro que afirmou desejar levar a estrutura da operação para dentro do ministério a fim de combater "a corrupção e o crime organizado".
Maurício Valeixo, ex-diretor de Inteligência da Polícia Federal e atual superintendente da PF no Paraná, terá missões específicas na direção-geral da entidade. Segundo Moro, "ele irá fortalecer a Polícia Federal, direcionando as investigações com foco [no combate à] corrupção e [ao] crime organizado, que são dois problemas sérios do País."
Já Érika Mialika Marena, delegada responsável por nomear a Operação Lava Jato e por conduzir a Operação Ouvidos Moucos, que investigou supostas irregularidades na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) que após prender temporariamente o ex-reitor Luiz Carlos Cancellier viu o acusado se suicidar menos de um mês depois num shopping em Florianópolis.
Depois disso, a delegada ficou somente mais três meses na capital catarinense até acabar sendo transferida para a superintendência da PF em Sergipe, cargo que deixará para assumir o comando do DRCI. De qualquer forma, um ano depois de deflagrada a operação e mesmo diante de um inquérito de 817 páginas da Polícia Federal que indiciou 23 pessoas, ainda não há nenhuma denúncia registrada por parte do Ministério Público contra qualquer um dos acusados.
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Ainda assim, Sérgio Moro declarou que Érika é o nome ideal para o posto e que "a delegada tem minha plena confiança. O que aconteceu em Florianópolis foi uma tragédia. Toda solidariedade aos familiares do reitor, mas foi um infortúnio, um imprevisto no âmbito de uma investigação, mas a delegada não tem responsabilidade quanto a isso", disse o futuro ministro da Justiça.
*Com informações da Agência Brasil