O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixou no início da tarde desta quarta-feira (14) a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba (PR) pela primeira vez desde que foi preso, no dia 7 de abril. A excursão foi feita para a tomada do depoimento de Lula no âmbito da ação penal da Lava Jato que apura se reformas no sítio de Atibaia frequentado pela família do ex-presidente foram pagas indevidamente por construtoras.
O depoimento de Lula é tomado na sede da Justiça Federal no Paraná, a cerca de nove quilômetros do local onde ex-presidente está detido. O Partido dos Trabalhadores (PT) e o chamado 'Comitê Nacional Lula Livre', composto pelas frentes Brasil Popular, Povo sem Medo e outros movimentos sociais, convocaram militantes para acompanhar o que foi taxado de "episódio de perseguição contra o ex-presidente e seu legado".
A concentração de manifestantes nas proximidades da sede da Polícia Federal na capital paranaense teve início por volta do meio-dia. Os apoiadores do ex-presidente levaram ao local máscaras com o rosto de Lula, faixas, cartazes e até mesmo um boneco de Olinda em homenagem ao petista.
Já no entorno do local onde é realizada a audiência, a segurança foi reforçada por agentes da Polícia Federal e da Polícia Militar. O restaurante situado na sede da Justiça Federal foi fechado hoje e, para chegar ao local, é necessário apresentar o documento de identidade aos policiais para acessar o perímetro que dá acesso ao prédio.
O depoimento de Lula no caso do sítio de Atibaia
Nessa ação penal, Lula é acusado de ter cometido crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro ao se beneficiar da compra e reforma do Sítio Santa Bárbara, em Atibaia (SP), cujos valores são estimados em R$ 1,7 milhão.
A força-tarefa de procuradores da Lava Jato alega que o ex-presidente foi responsável por "estruturar, orientar e comandar esquema ilícito" e por meio dessa estrutura "receber propina para o seu benefício próprio consistente em obras e benfeitorias relativas ao sítio de Atibaia , custeadas ocultamente pelas empresas Schahin, Odebrecht e OAS".
O depoimento de Lula estava inicialmente agendado para ocorrer no dia 11 de setembro, mas o juiz Sérgio Moro adiou a audiência por conta do período eleitoral . Além do ex-presidente, outras 12 pessoas são rés nessa ação penal penal.