Mourão afirmou que a comunicação do novo governo é ruim e que procura por alguém que faça uma 'comunicação decente'
Divulgação/Exército Brasileiro - 7.7.14
Mourão afirmou que a comunicação do novo governo é ruim e que procura por alguém que faça uma 'comunicação decente'

O vice-presidente eleito, o general Hamilton Mourão, da chapa de Jair Bolsonaro (PSL), afirmou que a comunicação do novo governo é ruim e criticou aqueles que tratam a imprensa como inimiga. As informações são do jornal Folha de S.Paulo .

"A comunicação nossa é ruim, né? Ruim é até um elogio", disse Mourão sobre a comunicação do novo governo , durante uma conversa com jornalistas nesta quarta-feira (31) no Clube Militar, no Rio de Janeiro. "Eu vou arrumar alguém que faça uma comunicação decente, nós temos que arrumar alguém. Já falei várias vezes", afirmou.

Mourão disse ainda que espera que o futuro governo encontre uma pessoa capaz de ter empatia, conhecimento e que "saiba transmitir aquilo que o governo quer transmitir". Na mesma ocasião, ele falou sobre a imprensa. "Em primeiro lugar: não se pode tratar a imprensa como inimiga em hipótese alguma."

O vice-presidente do governo Bolsonaro também afirmou que não concorda que militares devam ocupar o comando das estatais, o que vai de encontro com uma informação divulgada de que  Bolsonaro estaria avaliando um nome militar para presidir a Petrobras. 

"Não, não, não. Tira os militares daí, tira essas castanhas do fogo. Quem vai assumir as estatais, aquelas que ficarem, são quadros técnicos, o pessoal de mercado, gente competente e conhecedora do assunto" afirmou. 

Mourão também falou sobre o salário recebido pelo presidente, que considera uma "palhaçada". "O salário do presidente, para mim, é uma palhaçada. Quanto ganha o melhor executivo por aí? Ganha R$ 100 mil por mês? O presidente deveria ganhar R$ 100 mil por mês. Agora, banca tudo. O que acontece hoje é que ele não paga nada. Você vai ter que ir no mercado, fazer as compras da sua casa", defendeu.

Atualmente, o salário de um presidente é de R$ 27.841,33 mensais, além disso, o restante das despesas são pagas pelo Estado. Mourão também disse que, ao contrário do presidente, que anunciará seus ministros pelas redes sociais, será "analógico". 

O vice defendeu que as fusões dos ministérios tem que ser muito bem pensadas e saiu em defesa também da escolha de uma mulher para comandar a área social do governo, que estuda unir Desenvolvimento Social com Direitos Humanos.

Sobre a informação divulgada recentemente de que o senador Magno Malta (PR) cuidaria desta pasta , que seria chamada de "Ministério da Família", Mourão afirma que desconhece a possibilidade e que Malta se tornou um "elefante na sala" depois de ter rejeitado o convite para ser vice do presidente eleito. 

"Olha, eu não vi nada para o Magno Malta. Eu acho que ainda estão discutindo. Tem que resolver esse caso. É aquela história: ele desistiu de ser vice do Bolsonaro para dizer que ia ganhar a eleição para senador lá no Espírito Santo. Agora, ele é um elefante que está colocado no meio da sala e tem que arrumar, né? É um camelo, e tem que arrumar um deserto para esse camelo" disse. 

Mourão defendeu também que o Ministério de Ciência e Tecnologia passe a cuidar, também, da parte de ensino superior, pois isso aceleraria a produção de pesquisas no Brasil. Sobre uma possível cobrança de mensalidade nas universidades públicas, o vice afirma que "é uma questão que tem que ser debatida com a sociedade. Não pode ser imposta top down [ou seja, apenas pelas autoridades]."

Mourão afirmou que a comunicação do novo governo que é ruim, mas, ao longo da campanha, as declarações de Bolsonaro e seu vice já se divergiram algumas vezes, o que chegou a levar o presidente a pedir que ele deixasse de falar. ​"Eu dava aquelas minhas opiniões heterodoxas porque eu falo o que eu tenho que falar." afirmou. 

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