Os candidatos João Doria (PSDB) e Márcio França (PSB) participaram nesta terça-feira (23) do terceiro debate entre os candidatos a governador de São Paulo no segundo turno. O debate do SBT em São Paulo aconteceu em um dia marcado pela polêmica acerca de vídeo íntimo atribuído ao tucano – que assegurou se tratar de um vídeo falso.
Diferente dos outros encontros do segundo turno entre os governadores, o debate do SBT em São Paulo desta terça-feira foi mais propositivos, os candidatos expuseram mais as suas propostas para as áreas da saúde, economia, educação e segurança do Estado e evitaram ataques pessoais.
No primeiro bloco, o apresentador e mediador Carlos Nascimento pediu para que a plateia ficasse quieta durante o debate, já que vos outros, as manifestações atrapalharam os candidatos. Por sorteio, Márcio França começou a rodada de perguntas e questionou o tucano sobre suas propostas para educação infantil.
"Nossa meta é implantar 1200 creches nos municípios em São Paulo e seguir o padrão de qualidade que fizemos na capital. Educação infantil é prioridade no nosso governo", afirmou Doria. Na réplica, França falou em fazer parceria com igrejas para viabilizar o aumento de creches e diz que ampliação será "prioridade número um".
“As mães precisam ter a certeza de que os seus filhos estarão sendo bem cuidados enquanto trabalham. Já entregamos 300 creches e vamos entregar mais 1.000 unidades, além de realizar parcerias com as prefeituras”, prometeu o candidato do PSB.
A segunda pergunta foi feita por Doria que citou programa "Corujão da Saúde" como exemplo de proposta para área da saúde. Em sua resposta, França defendeu parcerias com instituições filantrópicas e a criação de ambulatório de especialidades.
Em seguida, o atual governador questionou Doria sobre a polarização entre PT e PSDB e os impasses causados por essa rivalidade. O tucano respondeu que vai apoiar quaisquer medidas que melhorem a vida da população, sem partidarização e sem viés ideológico.
A pergunta seguinte foi sobre segurança, apresentou suas propostas para área e afirmou que vai melhor o equipamento da polícia e dará apoio às guardas civis e que pretende apoiar a redução da maioridade penal de 18 apara 16 anos. França também afirmou que pretende investir nas polícias civis, militar e cientifica. Na réplica, o tucano também disse que é a favor de acabar com a “saidinha de presos”.
Ao votar a falar sobre saúde, França disse que quer transformar o Hospital Panamericano no primeiro hospital do idoso no Brasil. Doria elogia a iniciativa do hospital do idoso e fala sobre investir em Santas Casas. O tucano diz que vai pedir mais recursos ao governo federal para a área da saúde.
Em sua réplica o candidato do PSB disse que nos casos de alta complexidade em tratamentos e cirurgias, “muitas pessoas vêm de outros Estados para serem tratadas em São Paulo”. Segundo ele, até 25% dos atendimentos são para estas pessoas. “Por uma questão de vida, não podemos deixar de atender essas pessoas. Mas acho justo a União colaborar. Isso é justo, é certo e vamos buscar resultados”, afirmou.
Na última pergunta do bloca, Doria fala sobre suas propostas para melhorar o empreendedorismo dos jovens em São Paulo e ressalta a parceria da prefeitura com o Estado para facilitar abertura de empresas e promete investir em Etecs e Fatecs. França afirma que facilitou a abertura de empresas em São Paulo e elogiou a capacidade empreendedora do estado. Ele também afirmou que irá investir em escola técnicas.
No segundo bloco, os candidatos foram questionados pelos jornalistas, que exploraram questões mais polêmicas. Doria foi questionado sobre a polemica gerada por um vídeo intimo que viralizou nesta terça-feira nas redes sociais. "Não estou acusando meu adversário, mas esse tipo de conduta numa campanha é inaceitável. Vamos investigar o caso e repudio fake news.", disse o tucano.
"A legislação brasileira para as próximas eleições tem que mudar. O TSE deve ter uma ação muito rigorosa para impedir essa proliferação de fake news", defendeu Doria.
Já França foi questionado pelos jornalistas sobre algumas declarações da família Bolsonaro e se a eleição do candidato do PSL, Jair Bolsonaro, representava um perigo à democracia. França afirmou que não vê uma ameaça à democracia, diz discordar sobre alguns discursos de Bolsonaro, mas afirmou que os eleitores acabaram se identificando com a forma como o candidato do PSL expressa suas posições.
Em seguida, Doria foi questionado sobre como irá atrair investimento para o estado. O tucano disse que sabe quais são as áreas do estado que podem atrair investidores, citou o agronegócio, o transporte, a indústria e o turismo. Ele também foi questionado sobre os programas de concessões da prefeitura que não foram adiante na capital. O tucano se defendeu afirmando que privatizações levam tempo.
O bloco seguiu com questionamento para ambos candidatos sobre seus apoios políticos e suas estratégias de campanha no segundo turno.
No terceiro bloco, os candidatos cotaram a fazer perguntas entre si. Doria levantou a questão do preço dos pedágios e prometeu que irá baixar o valor das tarifas. Márcio França disse que durante seu governo já houve diminuições de pedágios, prometeu melhorias nas entradas e que fará novas concessões.
Ao falar sobre Educação, França prometeu continuar a investir na educação superior do estado já Doria disse que sua prioridade será o ensino técnico. Ambos os candidatos concordaram com a ideai de ampliar o “Bom Prato”, sobre este tema França sugeriu levar o programa para hospitais e universidades públicas. "O 'Bom Prato' é uma iniciativa do PSDB que nós também queremos ampliar e implantar em todo o estado. É um exemplo de programa social bem-sucedido", respondeu Doria.
Quando o assunto foi agronegócio, Doria afirmou que repudiava o MST (Movimento Sem Terra) e que iria proteger o patrimônio e as terras de quem trabalha com agronegócio. França fez aceno aos produtores de açúcar e álcool e defendeu segurança no campo com a Polícia Militar.
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Nas considerações finais, os candidatos tiveram dois minutos para falar com o eleitorado. "Eu defendo um país diferenciado no âmbito da tecnologia. Eu sou contra fake news e vou me posicionar contra", afirmou Doria, ao manter sua postura de um governo mais liberal e reafirmar seu voto em Bolsonaro.
França disse que domingo haverá um encontro com a verdade, com princípios. "Eu fiz minha vida servindo às pessoas. Agora as pessoas estão me conhecendo. São Paulo pode unir o Brasil. São Paulo tem que ser um exemplo, nós somos um país dentro de um país", disse França no fim do debate do SBT em São Paulo .