O candidato tucano ao Governo do Estado de São Paulo, João Doria, obteve 31,7% dos votos e disputa o segundo turno contra o atual governador, Márcio França (PSB), que foi escolhido por 21,5% dos eleitores do estado. Desde o primeiro turno, Doria investe em sua própria campanha e completa suas ações com valor recebido pelo partido.
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Doria investe em sua campanha o total de R$ 1,6 milhão e aguarda que o partido mantenha o valor do primeiro turno, quando repassou R$ 8 milhões. Nestes nove dias após o resultado que levou o candidato a decidir contra Márcio França, no entanto, a executiva do PSDB ainda não encaminhou as verbas para Doria.
Candidatos tucanos em outros estados já receberam dinheiro do partido, como é o caso de Anchieta Junior (Roraima) e Expedito Junior (Rondônia), que receberam R$ 700 mil e R$ 500 mil, respectivamente, segundo dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além de Doria (São Paulo), Antonio Anastasia (Minas Gerais), Reinaldo Azambuja (Mato Grosso do Sul) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul) não receberam repasses no segundo turno.
Segundo o jornal O Estado de São Paulo , não há sinalizações de que a Executiva Nacional do PSDB irá liberar mais verbas do fundo partidário para o candidato, que queixou-se da situação e pode ter motivado a discussão com Geraldo Alckmin na semana passada, quando o ex-governador atacou Doria, chamando-o de traidor e "temerista" por apoiar a entrada do PSDB na gestão de Michel Temer.
No primeiro turno, João Doria investiu R$ 600 mil do próprio bolso e recebeu os R$ 8 milhões do fundo partidário. Para o segundo turno, Doria já desembolsou mais R$ 1 milhão do próprio bolso e usou R$ 200 mil recebidos pelo diretório estadual da sigla, onde ele tem maior influência.
O valor de R$ 1 milhão foi transferido pessoalmente por Doria para sua campanha em 9 de outubro, mesma data em que houve a desavença com Geraldo Alckmin na Executiva Nacional do partido, em Brasília, que decidiu por não apoiar nenhum dos candidatos no segundo turno .
O candidato já afirmou que, se necessário, pode custear sua campanha. Atualmente, ele custeia 14,6% de sua disputa ao Palácio dos Bandeirantes, com R$ 1,6 milhão. Quando venceu a disputa pela prefeitura da capital paulista, em 2016, Doria gastou pouco mais de 35%, R$ 4,4 milhões do total de R$ 12,4 milhões, e foi eleito no primeiro turno. Entre os concorrentes ao Governo de São Paulo, ele tem o maior patrimônio declarado à Justiça Eleitoral: R$ 189,8 milhões.
Doria investe, mas também recebe apoios
No total, a campanha do tucano em 2018 já gastou R$ 10,9 milhões, atrás da campanha mais cara, justamente de Márcio França (PSB), com R$ 14,7 milhões.
Doria recebeu, também, R$ 720 mil para a corrida eleitoral do DEM, partido do candidato a vice-governador, Rodrigo Garcia, além do apoio de empresários, entre os quais se destaca Abílio Diniz, que doou R$ 250 mil para a campanha do ex-prefeito da capital.
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A campanha de França é mais cara e tem verba proveniente, em sua maioria, do fundo partidário. Na sua declaração de bens, consta patrimônio de R$ 427,9 mil.
Desde 2002, o Estado de São Paulo não definia seu governador somente no segundo turno. Na ocasião, Geraldo Alckmin (PSDB) derrotou José Genoino (PT). Em 2006, José Serra (PSDB) venceu no primeiro turno, tal qual Alckmin novamente em 2010 e 2014.
Márcio França, vice-governador de Geraldo Alckmin entre 2015 e abril de 2018, quando assumiu o cargo após o governador optar por disputar a eleição presidencial, se mostra neutro em relação ao segundo turno entre Bolsonaro e Haddad
, enquanto Doria investe em sua campanha e aposta no 'BolsoDoria' ao declarar apoio ao candidato do PSL à presidência.