O presidente nacional do PSDB, Geraldo Alckmin, anunciou nesta terça-feira (8) que o partido decidiu liberar seus filiados para apoiar quem quiserem na disputa pela Presidência da República. Derrotado no primeiro turno das eleições presidenciais , Alckmin informou a decisão durante uma reunião da direção nacional da sigla em Brasília.
"O PSDB decidiu liberar os seus militantes e os seus líderes. Nós não apoiaremos nem o PT nem o candidato Bolsonaro. O partido não apoiará nem um nem outro e libera seus filiados e líderes para que decidam de acordo com sua consciência, com sua convicção e com a realidade de seus estados", afirmou Geraldo Alckmin .
Disputando o segundo turno nas eleições para governador de são Paulo, João Doria (PSDB) já anunciou que irá apoiar Jair Bolsonaro (PSL). Doria defendeu as posições do economista Paulo Guedes, e declarou apoio a Bolsonaro no segundo turno, mas destacou que diverge do candidato em algumas questões, principalmente em relação às mulheres.
"Não sou igual a Bolsonaro e não penso igual a Bolsonaro. Votarei nele contra o PT, contra a esquerda, contra Fernando Haddad e contra Lula", disse o tucano na segunda-feira (8).
Outros dois partidos também anunciaram nesta terça-feira que não irão apoiar nenhum candidato à Presidência no segundo turno: Novo, PP e DEM .
Apesar da neutralidade, o Partido Novo, do ex-presidenciável João Amoêdo que obteve 2,5% dos votos válidos no 1º turno e ficou na quinta colocação na sua primeira eleição majoritária à frente de outros candidatos mais tradicionais e com mais tempo de televisão como Henrique Meirelles, Marina Silva e Alvaro Dias, declarou, em nota divulgada aos militantes, que é "absolutamente" contrária ao PT que, ainda segundo o próprio partido, "tem ideias e práticas opostas às nossas".
O posicionamento oficial de neutralidade do Novo ocorre mesmo depois do principal candidato do partido que ainda concorre, como favorito, ao cargo de governador de Minas Gerais, Romeu Zuma, só conseguir uma vaga no 2º turno ao se associar com a candidatura de Jair Bolsonaro ainda na reta final do 1º turno, ele vai concorrer contra o ex-governador Antonio Anastasia (PSDB) e deixou o atual governador Fernando Pimentel (PT) para trás na disputa. Além disso, o Novo também conseguiu eleger oito parlamentares na Câmara dos Deputados.
Leia também: Marco Aurélio, ministro do STF, diz ver risco de ditadura no Brasil
Já o Partido Progressista que compõe o chamado "Centrão" era um dos partidos da coligação derrotada no 1º turno que apoiou e deu o maior tempo de televisão para a campanha de Geraldo Alckmin que acabou na quarta posição igualando o pior desempenho de um candidato tucano à Presidência da República, mas com um percentual mais baixo (4,76%) de votos válidos em 2018 do que a do próprio Mário Covas (11,51%) em 1989.