Pesquisas contraditórias, disputas polarizadas, discurso de ódio. Esses e muitos outros temas foram assunto durante o primeiro turno da eleição 2018. Por outro lado, o melhor deles,  o que se viu foi um eleitor mais atento, ligado nas notícias e com liberdade para poder escolher com mais fidelidade o seu candidato.

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Eleição de 2018 conheceu um novo eleitor
Reprodução/Twitter
Eleição de 2018 conheceu um novo eleitor

Em sua coluna na Rádio Itatiaia, o jornalista Alexandre Garcia abordou o resultado do primeiro turno da eleição e ressaltou o importante papel do celular e das mídias sociais na hora de informar o leitor.

"O que dizer sobre esse dia memorável que foi o domingo (7)? Eu já passei por 34 eleições, desde 1960 quando foi o meu primeiro voto. Nunca vi uma eleição assim tão democrática. Pela primeira vez, o eleitor está liberto de tutela, de um modo geral. Pode ser que ainda exista aquele que voto para receber Bolsa Família, clientelismo, voto de cabresto. 

Pode haver isso ainda, mas a rede social libertou o eleitor de outras influências, da televisão, do rádio, dos jornalistas, dos artistas, a pessoa tá pensando por si, está sendo soberana no voto. Eu estou notando isso pela primeira vez.

Havia aquela história de levar gente para votar , de distribuir alguma coisa. A influência de ter um único meio de informação. Hoje não, o meio de informação principal das pessoas está no seu bolso, na sua mão. É o telefone celular.

Como disse a Miriam Leitão, Bolsonaro é um fenômeno eleitoral. Sem dinheiro, sem partido, sem comitê, sem mídia favorável. Aliás, a mídia quase totalmente oposta a ele, com a maior parte dos artistas contra ele, mas foi uma influência que não atingiu o eleitor. Ele ficou com a maioria. A maioria que se manifestou contrária à esquerda, a ideologia de gênero, a consagração de novidades que contrariam a família tradicional, aqueles que pregam o fim do mérito, o racismo, querem incentivar o sexismo. Ao contrário, entrou a patriotismo, a família, a segurança.

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Foi recebido como novidade, um deputado que já está lá há mais de 20 anos. É novidade porque não se contaminou, não entrou em nada de corrupção, mentira e essas coisas.

Como disse o Ministro da Segurança Pública Raul Jungmann foi uma vitória da democracia e um fiasco de quem inventou uma polarização nessa eleição. O que houve de surpresa é que quem pensou que fossem uma verdade absoluta as pesquisas de eleição.

As pesquisas ficam contando agora que o eleitor na reta final fez isso e fez aquilo. Não! A pesquisa que teve que correr, eu acho que o leitor não é esquizofrênico que muda de ideia de repente. A pesquisa teve que se adaptar a realidade. A gente fica desconfiando qual era a intenção de dar, por exemplo, Dilma Rousseff liderando para o Senado em Minas Gerais, só no último dias as pessoas desistiram de votar nela e ela ficou em quarto lugar?

O Zema que de repente vai para primeiro lugar e não estava nem aparecendo. O Witzel, no Rio de Janeiro, não estava nem aparecendo nas pesquisas, de repente está em primeiro lugar na realidade das urnas. Será que o eleitor é louco, não! Creio que não é!

Daí as surpresas das eleições, vejam só, Cabo Daciolo está na frente de Marina, do Meirelles e do Álvaro Dias. O PT, não fosse o Nordeste, estaria praticamente desaparecido. O Alckmin parece ter entrado em uma fria. A Marina tinha 20 milhões de votos na última eleição, mal fez 1 milhão de votos. 

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O Bolsonaro já está fazendo a sua bancada na Câmara Federal e no Senado. Aliás, o filho dele foi o deputado federal mais votado em toda história brasileira.

E aí tem o segundo turno entre Bolsonaro e Haddad. Bolsonaro está pertinho de 50%, falta pouco. Ele pode receber uma parte do Alckmin, a maior parte, talvez. Pode receber tudo de Amoêdo, Meirelles, Álvaro e só precisa de 5%. O Boulos vai totalmente para o Haddad, mas tudo indica que o segundo turno vai ter um resultado semelhante ao do primeiro da eleição ."

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