O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, destinou apenas 0,3% de suas emendas parlamentares enquanto deputado federal para ações da área da segurança pública
. Em seu plano de governo, o tema é considerado "prioridade" ao lado da saúde e da educação. "Tolerância zero com o crime, com a corrupção e com os privilégios", diz o documento entregue pela coligação 'Brasil Acima de Tudo, Deus Acima de Todos' à Justiça Eleitoral.
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De acordo com dados da Lei de Acesso à Informação obtidos e publicados nesta quinta-feira (4) pelo jornal Folha de S.Paulo , Jair Bolsonaro autorizou 103 emendas no período de janeiro de 2015 a agosto de 2018. Do valor total dessas medidas, R$ 61 milhões, apenas R$ 200 mil foram destinados à segurança pública. Trata-se de recurso que ajudaria a Guarda Municipal da Prefeitura de Resende (RJ), um de seus redutos eleitorais. Até o dia 31 agosto, no entanto, essa verba ainda não havia sido empenhada.
Ainda segundo o jornal, metade dos R$ 61 milhões previstos nas emendas autorizadas pelo presidenciável do PSL ainda não foi empenhada e somente R$ 11 milhões foram pagos até o momento. As áreas mais beneficiadas pelas emendas do deputado foram Defesa (R$ 30 milhões) e Saúde (R$ 30,8 milhões).
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Em emendas para Saúde e Defesa, Jair Bolsonaro prioriza militares
Do montante destinado à Defesa, R$ 16,5 milhões visam o atendimento a militares das Forças Armadas, como R$ 300 mil para o hospital escolar da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), onde Bolsonaro estudou, na década de 1970.
Já entre as emendas parlamentares que reservam recursos para a Saúde, destaca-se uma no valor de R$ 2 milhões que visa a "atenção à saúde das populações residentes em áreas remotas da região amazônica, mediante cooperação com o Exército".
À Folha , o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), coordenador da campanha de Bolsonaro, disse que o baixo número de emendas de Bolsonaro à segurança “não significa nada”. “Se ele tinha qualquer suspeita ou não confiava no [governador] Sérgio Cabral, por exemplo, como ele vai botar dinheiro lá no Rio de Janeiro?”, explicou Lorenzoni.
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A assessoria do candidato não comentou o assunto. Hoje recuperando-se em casa após 23 internado por conta de facada sofrida no abdômen, Jair Bolsonaro é o atual líder nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência da República.