Reunidas para discutir a questão das mulheres nas eleições, as quatro candidatas à vice-presidência participaram nesta sexta-feira (28) do debate Mulheres na Política, apoiado pela ONU Mulheres e promovido pelo Instituto Locomotiva e pelo jornal El País . O destaque ficou para as críticas ao candidato Jair Bolsonaro (PSL), que foi chamado de "fascistoide" por Kátia Abreu (PDT).
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O evento aconteceu em São Paulo e contou com a presença das candidatas à vice-presidência Manuela D’Ávila (PCdoB), Ana Amélia (PP), Sônia Guajajara (PSOL) e Kátia Abreu (PDT). O debate durou aproximadamente duas horas, período marcado por discussões das propostas voltadas às mulheres, como a abertura de creches, a legalização do aborto e o fortalecimento da Lei Maria da Penha.
Senadora do PP e vice de Geraldo Alckmin (PSDB), Ana Amélia afirmou que a presença das mulheres nas eleições é fundamental e disse ser necessário mostrar aos eleitores a relevância das mulheres na política.
“O espaço que ocupamos já é uma percepção clara de que os candidatos trazem a mulher para o protagonismo”, declarou. “Não é o mais importante, mas é um primeiro avanço”.
Vice de Guilherme Boulos (PSOL), Sônia Guajajara falou sobre as mulheres serem a maioria do eleitorado brasileiro – cerca de 52% – e que sua posição de submissão precisa ser superada. “Quem vai acabar com esta invisibilidade e do papel secundário que impõem sobre nós, somos nós mesmas”, falou.
Guajajara também ressaltou a importância de ser uma mulher indígena na política: “Sou a primeira em 518 anos, e isso pra a gente é histórico”.
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Candidatas à vice-presidência criticam Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro foi mencionado e criticado pelas participantes do debate, sendo que Kátia Abreu, vice de Ciro Gomes (PDT) comentou as recentes manifestações de mulheres contra o candidato. "É apenas a consequência e a reação justa das mulheres contra esse facistoide, reacionário que quer nos puxar para trás. E nós não vamos permitir."
Manuela D’Ávila, vice de Fernando Haddad (PT), ressaltou as declarações do candidato do PSL sobre minorias sociais. “Além de antidemocrático, Bolsonaro não tem compromisso nenhum com as bases para a construção da igualdade”, falou, conforme reportado pelo jornal O Estado de São Paulo.
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"Ele defende surra corretiva para LGBTs, diz que mulheres podem ser estupradas de acordo com suas características físicas", completou uma das candidatas à vice-presidência.