O candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, reclamou nesta terça-feira (25) da abertura de inquérito civil contra ele pelo Ministério Público de São Paulo
(MP-SP). A promotoria paulista instaurou procedimento para apurar se o ex-governador do Estado favoreceu familiares ao assinar decretos de desapropriações que renderam R$ 3,8 milhões a um sobrinho e à sua ex-esposa.
"O objetivo é só atrapalhar mesmo. É absolutamente irresponsável", disse Geraldo Alckmin em entrevista à rádio Gaúcha . "Fizemos obras no Estado inteiro. Tivemos 130 propriedades desapropriadas. Nunca soube quem eram os proprietários até que vejo uma matéria na imprensa falando que um sobrinho da minha mulher [foi beneficiado]", completou o tucano.
O inquérito civil que visa apurar suspeitas de improbidade administrativa acerca dos decretos de desapropriação foi aberto nessa segunda-feira (24) por iniciativa do promotor Marcelo Milani, que deu 20 dias para as partes apresentarem seus esclarecimentos.
Alckmin também deu entrevista nesta terça ao programa Pânico, da rádio Jovem Pan , onde voltou a apontar o candidato Jair Bolsonaro (PSL) como "tudo o que o PT quer" no segundo turno, e falou ainda sobre os desafios para o próximo presidente. "Será como subir o morro com chuva e lata d'água na cabeça", declarou.
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Na TV, Geraldo Alckmin traça paralelo entre Bolsonaro, PT e crise na Venezuela
Os ataques do candidato tucano a Bolsonaro e ao Partido dos Trabalhadores não ficaram restritos apenas às suas entrevistas. No horário eleitoral gratuito desta tarde, Alckmin subiu o tom contra os dois adversários que encabeçam as pesquisas de intenções de voto (Bolsonaro lidera, seguido pelo petista Fernando Haddad, conforme os últimos levantamentos).
"Se Bolsonaro for eleito, prepare o seu bolso", diz a propaganda do tucano antes de iniciar um vídeo com raio-x da Venezuela , abrinco caminho para traçar um paralelo entre a situação do país – que atravessa grave crise – com o Brasil. Até mesmo o depoimento de uma refugiada lamentando os governos Hugo Chávez e Nicolás Maduro foi utilizado.
Após alertar para o fato de que a crise venezuelana teve início após o "surgimento de um salvador da pátria" (Hugo Chávez), uma locutora cita que o ex-presidente tem "dois fãs bastante conhecidos": Lula, que aparece em vídeo exaltando Chávez, e Bolsonaro , que já afirmou em entrevista que o venezuelano era "uma esperança para a América Latina".
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"O risco de o Brasil se tornar uma Venezuela é real. Bolsonaro tem simpatia por ditadores como [o ex-ditador chileno Augusto] Pinochet e Hugo Chávez. Ele já defendeu o uso da tortura e defendeu que mulheres ganhem menos que os homens. É uma pessoa intolerante e pouco afeita ao diálogo. Um despresparado que representa um verdadeiro salto no escuro", diz Alckmin.
"Por outro lado temos a própria escuridão: o PT. O partido que quer o fim da Lava Jato. Que nos deixou o desastroso legado de Dilma e Temer", continua. "São dois lados de uma mesma moeda. Sou oposição a ambos porque sou a favor do Brasil", finaliza Geraldo Alckmin .