O juiz federal Sérgio Moro determinou o bloqueio de R$ 50 milhões de Deonilson Roldo, ex-chefe de gabinete e braço direito do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB). Os dois foram alvos da 53ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada nessa terça-feira (11)
, que investiga esquema acerca de contratos com a Odebrecht para a duplicação da rodovia PR-323.
O bloqueio determinado pelo juiz Sérgio Moro atende a pedido do Ministério Público Federal (MPF) e alcança também o empresário Jorge Theodócio Atherino, apontado como operador de propinas de Beto Richa, e da esposa do empresário, Flora Leite. O ex-governador do Paraná e candidato a senador pelo PSDB foi preso ontem pela manhã, juntamente à sua esposa, em decorrência de outra operação, do Ministério Público estadual, que apura desvios de recursos em programa de recuperação de estradas rurais.
Em despacho, Moro fixou em R$ 10 milhões o valor máximo de bloqueio em cada conta corrente apontada pelos investigadores como possíveis caminhos por onde passaram a propina da Odebrecht . Além das contas pessoais dos investigados, também sofreram bloqueios contas de duas empresas de Deonilson e de Jorge Theodócio.
"Não importa se tais valores, nas contas bancárias, foram misturados com valores de procedência lícita. O sequestro e confisco podem atingir tais ativos até o montante dos ganhos ilícitos. Considerando os valores da propina acertada, R$ 50 milhões, resolvo decretar o bloqueio das contas dos investigados até esse montante", escreveu o juiz.
Leia também: Alckmin reconhece que prisão de Beto Richa "fragiliza o PSDB"
MPF narrou a Sérgio Moro atuação de investigados
Segundo relatório da Polícia Federal, uma das empresas de Deonilson Rodo recebeu R$ 135 mil em depósitos feitos em espécie, entre setembro e dezembro de 2014. De acordo com denúncia oferecida no início do mês à Justiça Federal em Curitiba, o período em que os depósitos ocorreram coincidem com os relatados por delatores da Odebrecht sobre acertos feitos entre aliados de Beto Richa e o chamado departamento da propina da construtora.
Durante as investigações, foram realizadas interceptações telefônicas que, segundo o MPF, "demonstraram que Deonilson Roldo está atualmente coordenando de forma oculta a campanha de Beto Richa" para o Senado, enquanto Jorge Atherino "continua usando suas empresas para movimentação expressiva de valores sem origem identificada".
Leia também: Sede do governo de MS e casa de Reinaldo Azambuja são alvos de operação da PF
Assim como Richa, Deonilson e Jorge Theodócio também foram presos nessa terça-feira, por determinação do juiz Sérgio Moro . Foi ordenada ainda a prisão de Tiago Correia Adriano Rocha, tido como operador de Jorge Theodócio, responsável pelas transações financeiras do empresário.