Alckmin reconhece que prisão de Beto Richa "fragiliza o PSDB"

Candidato e presidente do PSDB pregou "tolerância zero com a corrupção" e propôs tipificar o crime de improbidade – do qual ele próprio é acusado

Geraldo Alckmin e Beto Richa durante reunião da Executiva do PSDB realizada em fevereiro deste ano
Foto: Orlando Brito/PSDB - 7.2.18
Geraldo Alckmin e Beto Richa durante reunião da Executiva do PSDB realizada em fevereiro deste ano

O candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, reconheceu nesta terça-feira (11) que a prisão do ex-governador do Paraná e candidato ao Senado, Beto Richa (PSDB), "fragiliza" a imagem do partido.  Richa foi preso hoje cedo em operação do Ministério Público paranaense que apura fraudes em programa para a abertura de estradas rurais no estado.

Em sabatina realizada pela Folha de S.Paulo , Uol e SBT , Geraldo Alckmin reforçou que prega "tolerância zero com a corrupção" e que manifesta "todo apoio à Lava Jato". "A lei é para todo mundo. Todos os partidos estão fragilizados, inclusive o meu", afirmou. "Não interessa de que partido é. A sociedade deseja que haja investigações e que se esclareça. Quem deve é punido, e quem não deve é absolvido."

Alckmin explicou que a "tolerância zero com a corrupção" pregada por será traduzida, caso eleito, em uma reforma política e no "aprimoramento da legislação" com a tipificação do crime de improbidade no Código Penal. O próprio ex-governador paulista é alvo de ação por improbidade oferecida à Justiça neste mês pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP). Os promotores  acusam Alckmin de ter recebido doações de R$ 7,8 milhões da Odebrecht via caixa dois em 2014. O ex-governador nega. 

Além de Beto Richa, outro tucano que se encontra preso é o ex-governador de Minas Gerais Eduardo Azeredo. O PSDB abriga ainda outros políticos na mira da Justiça, como o senador Aécio Neves, e antecessores de Alckmin no governo paulista investigados por fraudes em contratos com a Dersa , a estatal que toca obras de rodovias em SP.

Sobre essas suspeitas acerca da Dersa, Alckmin disse que trata-se de uma "injustiça que vai acabar sendo corrigida". Já a respeito de Beto Richa , o tucano disse desconhecer os detalhes do processo. "Vamos aguardar. A justiça vai ser feita", afirmou.

Geraldo Alckmin retoma ataque a Bolsonaro, ao PT e a 'todos'

Foto: José Cruz/Agência Brasil - 6.8.18
Geraldo Alckmin pregou 'tolerância zero com a corrupção' e retomou ataques a Bolsonaro

O candidato do PSDB disse na sabatina realizada nesta manhã se considerar o único presidenciável realmente 'antipetista'. "Esse desequilíbrio de contas públicas, com 13 milhões de desempregados, não começou agora. Tudo isso é irresponsabilidade do PT e dos adoradores do Lula: Ciro, sempre aliado ao PT; Marina, 25 anos no PT; Meirelles, ministro do PT; e o próprio Haddad", afirmou.

O ex-governador voltou também a classificar o candidato do PSL, Jair Bolsonaro, como o "passaporte para a volta do PT". Alckmin voltou a se solidarizar com o ex-capitão do Exército, vítima de ataque a faca na semana passada , mas não poupou críticas ao candidato. "Minha solidariedade ao Bolsonaro, mas discordo totalmente das ideias dele. Veja que ele passou 20 anos no Congresso votando do ladinho do PT, em favor das corporações. Votou contra até o Plano Real", disse.

Horas após a sabatina desta manhã, Geraldo Alckmin  apareceu no horário eleitoral gratuito defendendo a "pacificação" do País. "A violência sempre foi o pior caminho para atacar a violência. O País precisa de pacificação", disse o tucano na TV. O candidato afirmou ainda que o discurso propagado pelo PT "fez prosperar radicais de um lado e do outro". "Isso não serve a nenhum brasileiro de bem. Esse episódio [o ataque a Bolsonaro] só nos faz ter certeza de que devemos pensar na construção de uma nova nação, que repseite as diferenças de opinião. Não é na bala e nem na faca que vamos construir essa nação."