Advogado de agressor de Bolsonaro defendeu Bola no caso Bruno

Advogado de Adelio Bispo, agressor de Bolsonaro, ganhou projeção midiática no caso do assassinato de Elisa Samudio

Autor de facada em Jair Bolsonaro, Adelio Bispo de Oliveira teve audiência de custódia nesta sexta-feira
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil - 7.9.18
Autor de facada em Jair Bolsonaro, Adelio Bispo de Oliveira teve audiência de custódia nesta sexta-feira

O advogado Zanone Manoel de Oliveira Júnior, que defende Adelio Bispo Pereira, agressor confesso do deputado e candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), já defendeu outro cliente que ficou conhecido, em um caso polêmico.

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O defensor do agressor de Bolsonaro ganhou projeção midiática defendendo na Justiça o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, condenado a 27 anos de prisão pelo assassinato, em 2010, da modelo Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno.

O atleta, que à época jogava no Flamengo , também foi condenado a 22 anos de prisão, por homicídio e ocultação de cadáver.

Os quatro advogados que assistiram Adelio falaram com a imprensa à saída da audiência de instrução, na Justiça Federal, e também na chegada à Polícia Federal de Juiz de Fora, onde o agressor foi prestar novo depoimento, antes de ser transferido para um presídio federal de segurança máxima.

A defesa refuta a ideia de uma teoria conspiratória, segundo a qual haveria outras pessoas envolvidas, possivelmente um mentor intelectual.

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Para resguardar a integridade física do agressor, Adelio foi transferido, na manhã deste sábado (8), para o presídio federal de segurança máxima de Campo Grande (MS).

Um dos advogados disse que o dinheiro para pagar pela defesa está sendo bancado por uma igreja evangélica de Montes Claros, onde Adelio morava e tinha família, mas não quis revelar o nome da instituição.

Perguntado sobre como os advogados fariam para dar assistência a Adelio, já que os presídios federais ficam em outros estados, Zanone disse que não seria um problema, pois possui um avião para esse tipo de deslocamento.

Zanone Júnior, acrescentou, ainda, que o criminoso já fez, no passado, uso de medicação controlada. “Parece que além de psiquiatra ele já consultou com neurologista. Vamos verificar a possibilidade de instaurar um incidente de sanidade mental. A juíza vai designar um corpo psiquiátrico para que faça um minucioso exame acerca da higidez mental do nosso cliente”, disse.

O advogado sustentou aos repórteres que o discurso de ódio de Bolsonaro foi um elemento motivador da agressão praticada por Adelio, que se identifica como negro e que se mostrou contrariado por uma fala pejorativa do candidato sobre os quilombolas. Zanone também disse que Adélio agiu sozinho e que pedirá um laudo de sanidade mental em seu cliente.

* Com informações da Agência Brasil

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