O advogado Zanone Manoel de Oliveira Júnior, que defende Adelio Bispo Pereira, agressor confesso do deputado e candidato à Presidência Jair Bolsonaro (PSL), já defendeu outro cliente que ficou conhecido, em um caso polêmico.
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O defensor do agressor de Bolsonaro ganhou projeção midiática defendendo na Justiça o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, condenado a 27 anos de prisão pelo assassinato, em 2010, da modelo Eliza Samudio, ex-namorada do goleiro Bruno.
O atleta, que à época jogava no Flamengo , também foi condenado a 22 anos de prisão, por homicídio e ocultação de cadáver.
Os quatro advogados que assistiram Adelio falaram com a imprensa à saída da audiência de instrução, na Justiça Federal, e também na chegada à Polícia Federal de Juiz de Fora, onde o agressor foi prestar novo depoimento, antes de ser transferido para um presídio federal de segurança máxima.
A defesa refuta a ideia de uma teoria conspiratória, segundo a qual haveria outras pessoas envolvidas, possivelmente um mentor intelectual.
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Para resguardar a integridade física do agressor, Adelio foi transferido, na manhã deste sábado (8), para o presídio federal de segurança máxima de Campo Grande (MS).
Um dos advogados disse que o dinheiro para pagar pela defesa está sendo bancado por uma igreja evangélica de Montes Claros, onde Adelio morava e tinha família, mas não quis revelar o nome da instituição.
Perguntado sobre como os advogados fariam para dar assistência a Adelio, já que os presídios federais ficam em outros estados, Zanone disse que não seria um problema, pois possui um avião para esse tipo de deslocamento.
Zanone Júnior, acrescentou, ainda, que o criminoso já fez, no passado, uso de medicação controlada. “Parece que além de psiquiatra ele já consultou com neurologista. Vamos verificar a possibilidade de instaurar um incidente de sanidade mental. A juíza vai designar um corpo psiquiátrico para que faça um minucioso exame acerca da higidez mental do nosso cliente”, disse.
O advogado sustentou aos repórteres que o discurso de ódio de Bolsonaro foi um elemento motivador da agressão praticada por Adelio, que se identifica como negro e que se mostrou contrariado por uma fala pejorativa do candidato sobre os quilombolas. Zanone também disse que Adélio agiu sozinho e que pedirá um laudo de sanidade mental em seu cliente.
* Com informações da Agência Brasil
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