Bolsonaro é esfaqueado durante ato, faz cirurgia e deve passar a noite na UTI

Exames constataram lesão no intestino e descartaram perfuração no fígado, como chegou a ser informado pelo filho de Bolsonaro; autor de ataque durante ato em Juiz de Fora foi preso e PF instaurou inquérito para apurar

Jair Bolsonaro na mesa de cirurgia
Foto: Twitter
Jair Bolsonaro na mesa de cirurgia

O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, foi  vítima de ataque a faca na tarde desta quinta-feira (6) durante ato de sua campanha em Juiz de Fora, em Minas Gerais.

O comício de Jair Bolsonaro foi interrompido após o incidente e o candidato foi levado por seguranças para a Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora. De acordo com o hospital, Bolsonaro foi encaminhado ao centro cirúrgico da unidade após exame de ultrassonografia. Aliados do militar da reserva do Exército informaram que ele passou por laparoscopia com anestesia geral.

No centro cirúrgico, os médicos constaram que Bolsonaro sofreu lesão no intestino, mas seu fígado não foi perfurado, ao contrário do que chegou a ser informado por um dos filhos do candidato, Flávio Bolsonaro. Flávio relatou, às 18h04, que a faca havia atingido "parte do fígado, do pulmão e da alça do intestino" de seu pai.

"Infelizmente, foi mais grave do que esperávamos. Ele perdeu muito sangue, chegou no hospital com pressão de 10/3, quase morto... Seu estado agora parece estabilizado. Orem, por favor!", escreveu Flávio em sua conta no Twitter.

De acordo com informações da GloboNews , o candidato precisou receber transfusão de sangue e já não corre riscos de vida. 

A cirurgia em Bolsonaro terminou por volta das 19h40. O estado de saúde dele é estável. Por volta das 19h55, o candidato foi levado para a UTI da Santa Casa de Juiz de Fora, onde deve passar a noite. Uma equipe do Hospital Sírio-libanês, de São Paulo, está a caminho da cidade mineira para avaliar uma possível transferência de Bolsonaro.

Foto: Reprodução/Twitter
Candidato Jair Bolsonaro foi vítima de ataque nesta quinta-feira (6) em Minas Gerais

Em nota, a Polícia Federal afirmou que Bolsonaro contava com escolta de agentes da corporação e que o agressor foi preso em flagrante e conduzido para delegacia da PF em Juiz de Fora. Ainda conforme a nota da Polícia Federal, já foi instaurado inquérito policial "para apurar as circunstâncias do fato".

O autor do ataque foi identificado como Adelio Bispo de Oliveira, de 40 anos de idade. Antes de ser detido, Adelio sofreu agressões por parte de apoiadores do candidato. 

Chegaram a ser publicadas informações de que o ex-capitão do Exército estava vestindo colete à prova de balas no momento do ataque, mas Flávio Bolsonaro desmetiu isso em entrevista à GloboNews .

Vídeos publicados nas redes sociais flagraram o momento em que o ex-capitão do Exército foi atingido enquanto era carregado na rua por apoiadores (veja ao fim desta matéria).


Com o veto do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Jair Bolsonaro é hoje o  líder nas pesquisas de intenção de voto para a Presidência. De acordo com levantamento divulgado ontem pelo Ibope, o candidato do PSL reúne a preferência de 22% dos eleitores, dez pontos percentuais à frente da segunda colocada, Marina Silva (Rede). 

Outros candidatos à Presidência se manifestaram  após o incidente com Bolsonaro. Ciro Gomes (PDT) disse que "repudia a violência como linguagem política" e se solidarizou com o candidato do PSL. Guilherme Boulos, do PSOL, escreveu que a "violência não se justifica e não pode tomar o lugar do debate político" e cobrou a investigação sobre o incidente. João Amoêdo, do Novo, classificou o episódio como "lamentável" e "inaceitável".

Marina Silva (Rede) disse que a agressão é "inadmissível" e considerou o episódio um "duplo atentado: contra sua integridade física e contra a democracia". Fernando Haddad (PT) também repudiou o episódio e disse desejar o "pronto restabelecimento a Jair Bolsonaro. Geraldo Alckmin (PSDB) cobro "punição exemplar" ao responsável pelo ataque e Henrique Meirelles (MDB) cobrou "serenidade para apaziguar a divisão entre os brasileiros". Álvaro Dias (Podemos) disse que "a violência nunca deve ser estimulada".

O presidente Michel Temer também se pronunciou sobre o episódio , classificado por ele como "intolerável".

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Vídeos mostram momento de ataque a Jair Bolsonaro em Juiz de Fora