O candidato do PSL à Presidência da República, Jair Bolsonaro, defendeu a redução do Ministério da Cultura (MinC) para a condição de uma secretaria do Ministério da Educação (MEC).
Jair Bolsonaro disse que há "recursos sobrando" para a área da Cultura e garantiu que, se eleito, só irá fazer indicações técnicas para cargos da área.
"Não precisamos acabar com o Ministério da Cultura, mas podemos transformar em uma secretaria. Porque não pode ser um secretaria? Vai ser fundido ao Ministério da Educação", declarou. "A cultura tem que existir, vou valorizar. Mas não vai ter essas indicações políticas no que depender de nós para administrar o quer que seja no Brasil", complementou.
As declarações do candidato do PSL foram feitas após encontro com empresários do setor de seguros no Rio de Janeiro nessa segunda-feira (3), dia seguinte ao incêndio que destruiu o Museu Nacional
, na capital fluminense. Uma das principais críticas feitas pelo diretor da instituição, Alexander Kellper, e pelo reitor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher, foi o fato de o Museu Nacional receber apenas verbas do MEC
, sem contar também com recursos do MinC.
"Nas mãos de quem ainda está a administração do museu da Quinta da Boa Vista? PSOL e PCdoB. Então pergunte a eles o que eles fizeram ao longo do tempo todo, a não ser aparelhar essas instituições e botar militantes lá dentro. Chegou a esse caos", disse Bolsonaro, referindo-se ao fato de que Leher é filiado ao PSOL. "Tem recursos sobrando. O que falta é adequadamente investir recursos nessa área, o que não vem sendo feito", completou.
Além de Jair Bolsonaro, extinção do MinC já foi defendida por Temer e Collor
Bolsonaro também atacou a Lei Rouanet, mecanismo de incentivo à produção cultural por meio da captação de recursos privados via renúncia fiscal. Para o ex-capitão do Exército, é preciso "revisar" a lei para "conter recursos".
A estratégia de reduzir o Ministério da Cultura a uma secretaria no MEC chegou a ser adotada em 2016 pela gestão Michel Temer (MDB). A medida, no entanto, durou pouco tempo e foi revertida após seguidos protestos de profissionais da área. Curiosamente, quem assumiu o MinC em sua recriação foi Marcelo Calero, que meses mais tarde se tornou pivô de crise para o Planalto ao denunciar que estava sofrendo pressão do então ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (MDB).
Além de Temer e Jair Bolsonaro , também já foi defensor da extinção da pasta da Cultura o ex-presidente Fernando Collor de Mello, que levou o plano a cabo em 1992.