Delatores acusam ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza de ter cobrado propina por contrato do Rodoanel
Geraldo Magela/Agência Senado - 29.8.12
Delatores acusam ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza de ter cobrado propina por contrato do Rodoanel

O Ministério Público da Suíça decidiu encaminhar às autoridades brasileiras o detalhamento das  movimentações financeiras envolvendo Paulo Vieira de Souza (conhecido como Paulo Preto), ex-diretor da Dersa (Desenvolvimento Rodoviário S/A), a estatal paulista de infraestrutura rodoviária. A informação é do jornal Folha de S.Paulo .

Paulo Preto é apontado em diversas investigações como suposto operador de propinas do PSDB em São Paulo. Ele chegou a ser preso em duas ocasiões e já foi denunciado por por desvios na ordem de R$ 7,7 milhões nas obras do trecho sul do Rodoanel, mas  foi solto nas duas ocasiões por decisões do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. O ex-diretor da Dersa também é suspeito de ter cobrado propina pelas obras do Complexo Viário Jacu Pêssego e da Nova Tietê.

As autoridades suíças já haviam encaminhado ao Brasil informações sobre quatro contas vinculadas ao ex-diretor da Dersa no país europeu que teriam recebido "numerosas entradas de fundos". O saldo dessas contas somava, em junho de 2016, a quantia de 35 milhões de francos suíços, o  correspondente a cerca de R$ 113 milhões na cotação atual. Os valores foram transferidos no início do ano passado para um banco no paraíso fiscal de Bahamas. 

O Ministério Público Federal (MPF) tem uma força-tarefa para tentar localizar o paradeiro desse dinheiro, tarefa o que deve ser facilitada pela ajuda das autoridades suíças.

Inquérito contra Paulo Preto trata de propina da Odebrecht

Relator de inquérito contra Paulo Preto, ministro Gilmar Mendes já soltou ex-diretor da Dersa duas vezes
Carlos Moura/SCO/STF - 30.11.17
Relator de inquérito contra Paulo Preto, ministro Gilmar Mendes já soltou ex-diretor da Dersa duas vezes

No STF, Paulo Vieira de Souza é investigado por supostamente ter cobrado propina equivalente a 0,75% do valor de um contrato firmado entre o governo paulista e a Odebrecht no âmbito das obras do Rodoanel.

Esse fato teria ocorrido em 2007, quando Paulo – apontado como "pessoa próxima" do então governador José Serra (PSDB) – ocupava cargo de chefia na Dersa. As acusações contra Paulo Preto foram narradas por nove delatores da construtora, segundo os quais o pedido de propina foi atendido com o pagamento de R$ 2,2 milhões a Amaro Ramos, apontado como um "conhecido operador" do PSDB.

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