Denúncia contra o ex-deputado federal Cândido Vaccarezza é fruto da 44ª fase da Operação Lava Jato
Laycer Tomaz/Câmara dos Deputados
Denúncia contra o ex-deputado federal Cândido Vaccarezza é fruto da 44ª fase da Operação Lava Jato

O Ministério Público Federal denunciou nesta quarta-feira (15) o ex-deputado federal Cândido Vaccarezza, e mais nove pessoas pela prática dos crimes de formação de quadrilha, corrupção e lavagem de dinheiro. O grupo é acusado de participar de um esquema de corrupção que envolveu mais de US$ 2 milhões relativo ao fornecimento de asfalto pela empresa americana Sargeant Marine à Petrobras.

A denúncia contra Cândido Vaccarezza é fruto da 44ª fase da Operação Lava Jato , cujas investigações tiveram início após a delação premiada de Paulo Roberto Costa. Segundo o MPF, foram colhidas provas adicionais a partir de buscas e apreensões e incluídos os resultados de quebra de sigilo bancário, fiscal e telemático e de pedidos de cooperação internacional.

De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, entre as provas estão documentos que comprovam o pagamento de propinas mediante transferências bancárias no exterior, anotações de agendas e arquivos apreendidos em fases anteriores da operação que descrevem a divisão de comissões resultantes do negócio entre operadores, funcionários da Petrobras e o ex-deputado federal. 

O MPF afirma que a partir dessas apurações, verificou-se a ocorrência de crimes no âmbito das contratações da Petrobras para aquisição de asfalto da empresa Sargeant Marine, por intermédio de um grupo criminoso, autodenominado Brasil Trade, do qual participavam funcionários, inclusive do alto escalão da Petrobras, operadores financeiros, um representante da Sargeant Marine no Brasil, além de Vaccarezza.

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“Os integrantes do grupo, seguindo uma divisão organizada de tarefas, atuaram de modo incisivo para, mediante a corrupção de funcionários públicos da estatal e de agentes políticos, garantir a contratação da empresa pela Petrobras”, diz a denúncia do MPF.

Para os procuradores, as provas colhidas apontam que Vaccarezza, líder do PT na Câmara na época dos fatos, utilizou a influência decorrente do cargo em favor da Sargeant Marine, o que culminou na contratação, pela Petrobras, de cinco operações de fornecimento de asfalto entre 2010 e 2013, no valor de aproximadamente US$ 74 milhões.

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Segundo o MPF, há provas de que foram beneficiados pelo pagamento de propinas, além de Cândido Vaccarezza , o então diretor de Abastecimento da petrolífera, Paulo Roberto Costa, e outros dois gerentes da Petrobras, Carlos Roberto Martins Barbosa e Marcio Aché, além de operadores financeiros e lobistas.

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