O Partido dos Trabalhadores traz, pela primeira vez na história do Brasil, um presidenciável que está encarcerado: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso desde o dia 7 de abril na sede da Polícia Federal, em Curitiba. Por conta desse ineditismo, muitas questões ainda estão sem respostas e uma delas é a possibilidade do petista comparecer ou não aos debates promovidos entre os candidatos à Presidência da República.
A dúvida persiste ainda às vésperas do primeiro debate entre os presidenciáveis – que vai ocorrer nesta quinta-feira (9), promovido pela Rede Bandeirantes . O que se sabe até agora é que nem a Band e nem a Rede Globo são a favor de aceitar um candidato a vice como substituto de um presidenciável neste tipo encontro. Ou seja, se Lula não puder comparecer, não haverá quem fale por ele no debate entre os candidatos à Presidência .
Apesar da limitação, por conta do ineditismo, o PT já se move para garantir a presença do ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad nos debates eleitorais de 2018. E, em último caso, nesta terça-feira (7), deixou claro que, se não houver possibilidade de Lula comparecer ou de alguém representá-lo, quer uma cadeira vazia, como símbolo de sua ausência forçada ao debate.
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"O princípio da igualdade de condições na disputa eleitoral garante que o ex-presidente Lula , como candidato, tenha os mesmos direitos que os seus adversários, inclusive na participação em debates e entrevistas", diz o partido. "Caso a justiça não assegure este direito ao candidato, o partido requer que a transmissora mantenha uma cadeira vazia representando sua ausência forçada ao debate".
O PT lembra ainda que essa não seria a primeira vez que um espaço destinado a Lula em um debate ficaria vago. Afinal, em 2006, quando ele também era candidato e não pôde comparecer ao encontro, uma medida semelhante foi adotada.
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"Em 2006, a Rede Globo não apenas manteve o púlpito destinado ao então candidato à reeleição, mesmo com sua ausência, mas também permitiu que os outros candidatos à Presidência fizessem perguntas a ele em todos os blocos do programa", defende o partido. "A Band também várias vezes usou lugares vazios para indicar quando um candidato não comparece ao debate", diz.