Guilherme Boulos é o primeiro candidato à Presidência a se registrar no TSE

Coligação “Vamos sem Medo de Mudar o Brasil” será formada pelo PSOL e o PCB; a militante indígena Sônia Guajajara foi registrada como vice na chapa

Guilherme Boulos é filósofo formado pela USP, além de psicanalista, professor, escritor e coordenador do MTST
Foto: Divulgação/PSOL 50
Guilherme Boulos é filósofo formado pela USP, além de psicanalista, professor, escritor e coordenador do MTST

O candidato à Presidência da República pelo Psol, Guilherme Boulos , foi o primeiro a fazer o pedido para concorrer às eleições de outubro. Ele fez o registro nesta segunda-feira no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Sônia Guajajara será candidata a vice.

No pedido de registro ao TSE, o candidato informou que a coligação “Vamos sem Medo de Mudar o Brasil” será formada pelo Psol e o PCB. Na lista de bens declarados à Justiça Eleitoral, Guilherme Boulos informou que possui patrimônio de R$ 15,4 mil, valor cadastrado como veículo automotor terrestre, caminhão, automóvel, moto. Sônia Guajajara declarou R$ 11 mil depositados em uma poupança.

Boulos nasceu na capital paulista, tem 35 anos, é filho de dois médicos que dão aula na Universidade de São Paulo (USP). É filósofo formado pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, na qual ingressou no ano 2000. Também é psicanalista, professor e escritor.

A vida política de Boulos começou em 1997, aos 15 anos, quando ingressou no movimento estudantil como militante na União da Juventude Comunista (UJC). Depois conheceu o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) e o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), do qual é coordenador .

Já a vice da chapa, Sônia Guajajara é índia da etnia Guajajara/Tentehar, da Terra Indígena Arariboia, no Maranhão. Filha de pais analfabetos, ela deixou o lugar onde nasceu pela primeira vez aos 15 anos, quando recebeu ajuda da Fundação Nacional do Índio (Funai) para cursar o ensino médio em Minas Gerais. Depois, voltou para o Maranhão, onde se formou em letras e enfermagem e fez pós-graduação em educação especial.

Militante indígena e ambiental, Sônia lutou contra projetos que ameaçavam o meio ambiente, ganhando projeção internacional pela luta travada em nome dos direitos dos índios e voz ativa no Conselho de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

Principais propostas de Guilherme Boulos

Foto: Reprodução/Globonews
Guilherme Boulos fez discurso na conferência do PSOL que oficializou seu nome como candidato à presidência da República

No último dia 21, em seu primeiro discurso como candidato oficial do Psol  à Presidência da República, Boulos falou sobre suas propostas para a área da habitação e prometeu "desapropriar prédio vazio como muitos no centro dessa cidade".

Incitando a militância, ele também declarou que “gostem eles ou não, queiram eles ou não, vamos nos apropriar dos muitos prédios vazios e fazer moradia popular. Porque trabalhador também pode morar em lugar bom. Trabalhador também tem direito”, afirmou.

Outro assunto abordado pelo candidato e muito caro aos integrantes do MTST foi o da reforma agrária. Sobre isso, Boulos também afirmou que, caso eleite, iria "enfrentar o agronegócio" para "queiram eles ou não, fazer a reforma agrária. Esse é o nosso caminho. Essa aliança se construiu a partir da coragem e do compromisso com bandeiras como essa.”

Como já é de seu perfil, o candidato do Psol também não se esquivou de assuntos polêmicos e marcou posição em relação ao aborto e à segurança pública. Sobre o primeiro, o presidenciável afirmou que "nossa campanha não vai ter medo de defender o direito ao aborto".

Já sobre o segundo, Boulos disse que pretende discutir o atual modelo de segurança pública, incluindo a proposta de desmilitarização das polícias. Ele também defendeu rever a política atual sobre drogas.

Além disso, Guilherme Boulos defendeu a liberdade do ex-presidente Lula, lembrou a morte da ex-vereadora do PSOL no Rio de Janeiro, Marielle Franco, e criticou adversários como Geraldo Alckmin (PSDB), Jair Bolsonaro (PSL) e o presidente Michel Temer.