Investigadores da Polícia Federal apresentaram nesta segunda-feira (6) à família de Eduardo Campos os resultados da investigação acerca do acidente aéreo
que culminou na morte do então candidato do PSB à Presidência da República em 2014, em Santos (SP).
O conteúdo do inquérito concluído quatro anos após o acidente, ocorrido no dia 13 de agosto de 2014, até o momento foi revelado apenas a parentes próximos ao ex-governador do Pernambuco em encontro realizado no aeroporto de Recife. Outro evento deve ser conduzido pela PF nessa terça-feira (7), em São Paulo, para a divulgação das informações sobre o acidente a familiares de outras vítimas. Além de Eduardo Campos
, a queda do avião no litoral paulista
deixou ainda outros seis mortos, sendo dois assessores, um fotógrafo, um cinegrafista e dois pilotos.
De acordo com o advogado Antônio Campos, irmão do ex-presidenciável e pré-candidato ao cargo de deputado estadual em Pernambuco pelo Podemos, o relatório produzido pela PF aponta falha mecânica no equipamento responsável por elevar ou baixar a altitude do avião (compensador do profundor) como principal hipótese para a queda do jato Cessna 560XL que transportava o presidenciável do PSB em 2014.
O resultado da investigação , no entanto, não é conclusivo. O detalhamento das circunstâncias do acidente apresentado pelos policiais deve servir como base para outras investigações.
Além de Antônio Campos, também participaram da conversa com os delegados da PF a viúva do ex-presidenciável, Renata Campos, e seu filho João Henrique Campos, que é pré-candidato a deputado federal pelo PSB.
Outra investigação, concluída no início de 2016 pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão da Força Aérea Brasileira (FAB), apontou como causas do acidente supostas falhas humanas – alegação que irritou as famílias dos pilotos – e más condições climáticas.
Morte de Eduardo Campos abalou corrida eleitoral em 2014
Campos morreu na mesma semana em que completou 49 anos de idade. Dias antes do acidente, pesquisa elaborada pelo Ibope mostrava o candidato do PSB com 9% das intenções de voto – bem atrás de Dilma Rousseff (PT), então com 38%, e de Aécio Neves (PSDB), com 23%.
A morte de Eduardo Campos levou o cenário eleitoral a esquentar, com sua vice Marina Silva assumindo a candidatura e, na sequência, chegando à segunda posição nas pesquisas, de acordo com o mesmo instituto, com 21% dos votos. Na reta final, no entanto, Aécio recuperou o eleitorado e acabou indo ao segundo turno contra Dilma, com um total de 33,5% dos votos.