Agentes da Polícia Federal deflagraram, na manhã desta sexta-feira (3), uma nova fase da Operação Lava Jato. Nesta etapa, o banqueiro Eduardo Plass, ex-presidente do Banco Pactual e sócio da corretora Opus Participações e do TAG Bank, com sede no Panamá, foi preso. A decisão é do juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal no Rio de Janeiro.
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Eduardo Plass foi detido por uma suposta ligação com o esquema de corrupção que uniu o ex-governador do Rio Sérgio Cabral e o empresário Eike Batista. De acordo com as investigações da Lava Jato , foram descobertas offshores de Plass (empresas em paraísos fiscais) que teriam sido usadas por Cabral para adquirir joias na H.Stern.
O Ministério Público afirma que essa prática fazia parte do esquema de lavagem de dinheiro proveniente do esquema de corrupção chefiado pelo ex-governador do Rio. A rede de joalherias assinou acordo de leniência e afirmou que vai colaborar com as autoridades.
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Segundo o jornal Bom Dia Brasil , da Rede Globo , Eduardo Plass mora em Londres, mas estava de passagem pelo Rio de Janeiro, nesta sexta-feira. Por conta disso, a polícia não perdeu tempo e logo o deteve. Também hoje foi presa Maria Ripper Kos, sócia de Plass, e um outro mandado de prisão está em andamento.
Ainda de acordo com as investigações que envolvem o banqueiro, uma conta do TAG Bank foi usada para o pagamento de US$ 16 milhões – o equivalente a R$ 60 milhões – ao empresário Eike Batista . Essa transferência já foi alvo da Operação Eficiência, responsável pela apuração sobre a ocultação de mais de US$ 100 milhões de Cabral no exterior.
Plass também é sócio do empresário que vendeu a cobertura em que mora o ex-secretário de Saúde Sérgio Côrtes. O banqueiro já tinha sido alvo de mandado em 2016, na Operação Calicute.
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Em março do ano passado, uma reportagem da revista Época narrou o histórico de Plass. Segundo a publicação, ele foi sócio do Banco Pactual, mas deixou a instituição em 2004 para abrir sua própria gestora de recursos, a Opus. Na mesma época, abriu no Panamá – um paraíso fiscal – o TAG Bank. Já alvo da Lava Jato , a instituição foi chamada de "banco obscuro" pelos procuradores, na época em que ocorreu a prisão de Eike Batista.