As imagens da convenção nacional do PSL, partido que lançará o deputado federal Jair Bolsonaro na corrida pela presidência da República, mostram seguidores fieis do político carioca repetindo seus gestos e falas – em determinado momento, por exemplo, a multidão que acompanhou o evento prestou homenagem a Brilhante Ustra, chefe dos torturadores da ditadura militar. Para o general da reserva do Exército Hamilton Mourão, consultor de Bolsonaro na campanha eleitoral, contudo, o fanatismo destes eleitores não é bem vindo.
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Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo , Mourão ponderou que há “certo radicalismo nas ideias, até meio boçal” entre os eleitores do deputado. Para o consultor de Bolsonaro , a campanha do presidenciável precisa modular o seu discurso para mostrar que o candidato “não é um troglodita”.
“A gente tem de trazer todos os brasileiros [para a campanha] e aceitar as ideias de uns e de outros e não ficar se matando”, avaliou o general da reserva.
Para que isso aconteça, disse ele, será preciso que o PSL evolua em sua campanha, que, até o momento, o general classifica como “meio amadora”.
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“Alguém tem de coordenar esse troço aí, tem de colocar já uma equipe para escrever logo o programa de governo, o que ele vai fazer. Não pode o camarada ganhar a eleição e perguntarem: ‘O que ele vai fazer agora?’. Se ele pretende reduzir o número de ministérios, tem de ter um estudo. Qual é o programa de privatização? Tem de ser mais claro. Até porque, a partir daí, ele buscará aquele eleitorado liberal que ainda está fazendo cara feia porque sente que não tem muita profundidade nessa lagoa”, criticou o militar.
Mourão, que ganhou a mídia durante o período que antecedeu o impeachment de Dilma Rousseff (PT) ao propor uma intervenção militar para ‘combater os problemas do país’, julga, no entanto, que o pouco problema de TV da campanha de Bolsonaro não será um impedimento à candidatura.
Para o consultor de Bolsonaro , o candidato poderá compensar o fato atuando na internet, onde ele melhor se comunica com seu eleitorado. “Quando começar o tempo eleitoral, a maioria das pessoas vai desligar a TV”, concluiu Mourão.
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