O ex-ministro Geddel Vieira Lima (MDB), que está preso no Complexo da Papuda, em Brasília, foi transferido nesta quinta-feira (19) para outra ala da penitenciária. A transferência do ex-ministro se deu devido a denúncias de que ele vinha sendo privilegiado com regalias na cela onde estava. Agora, Geddel vai para a segurança máxima na Papuda.
Leia também: "Simples guarda de valores", diz defesa de Geddel sobre dinheiro em apartamento
A decisão de transferi-lo foi tomada pela Vara de Execuções Penais do Distrito Federal. Além dele, o ex-senador Luiz Estevão (ex-PMDB) também foi transferido para a ala de segurança máxima na Papuda . Ambos ficarão em celas individuais e não terão contato com outros detentos nem mesmo durante o banho de sol.
Entre as regalias encontradas nas celas de Geddel e de Estevão estavam barras de chocolate e pelo menos cinco pendrives, além de anotações que seriam do ex-ministro da Articulação Política do governo Michel Temer. As buscas nas celas foram feitas pela Polícia Civil no último dia 17 de junho.
Essas buscas, deflagradas pela Coordenação de Combate ao Crime Organizado (Cecor) da Polícia Civil do DF e autorizadas pela Justiça, foram feitas a partir da denúncia de um preso, que tinha notado os privilégios recebidos pelos dois políticos.
Leia também: Geddel e Lúcio Vieira Lima se tornam réus no STF no caso dos R$ 51 milhões
Essa é a primeira vez que Geddel fica isolado no Complexo da Papuda, mas não é a primeira vez de Luiz Estevão . Afinal, em janeiro de 2017, uma revista na cela do empresário encontrou "diversos itens proibidos, tais como cafeteira, cápsulas de café, chocolate, massa importada, dentre outros", criando uma "falta disciplinar" contra o ex-senador.
De um cargo de confiança de Temer à segurança máxima na Papuda
Geddel Vieira Lima está preso desde o dia 8 de setembro de 2017. A prisão ocorreu três dias depois que a Polícia Federal (PF) encontrou R$ 51 milhões em dinheiro vivo, escondidos em malas no apartamento de um amigo do político.
Conforme a PF, parte do dinheiro seria resultante de um esquema de fraude na liberação de créditos da Caixa Econômica Federal no período entre 2011 e 2013, quando Geddel era vice-presidente de Pessoa Jurídica da instituição.
Leia também: Por falta de provas, juiz absolve Geddel da acusação de obstrução de Justiça
Geddel foi indiciado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e obstrução de investigação. Ele está em prisão preventiva e ainda aguarda julgamento. Agora, sua espera acontece na ala de segurança máxima na Papuda .