O caso "Lula solto" tomou conta do noticiário no Brasil no último domingo (8). Foram horas de solta, continua preso, solta e continua preso, depois que o desembargador Rogério Favreto plantonista do Tribunal Regional Federal da 4ª Região determinou a soltura do ex-presidente.
Após manifestações do juiz Sergio Moro, do desembargador Gebran Neto que é o relator do caso no TRF-4, do Ministério Público Federal e do presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Carlos Eduardo Thompson Flores, o caso " Lula solto " acabou com o ex-presidente ficando preso.
O caso ganhou o noticiário internacional, em Portugal um comentarista político questinou os resultados que o pedido de habeas corpus pode representar para a política brasileira. E como isso pode atingir em cheio as pretensões políticas do líder petista em frente ao brasileiros que estão cansados da manipulação dos políticos.
Manipulação?
Mesmo negado pelo colegiado do TRF-4 e pelo Supremo Tribunal Federal, o pedido de liberdade foi novamente apresentado pelos companheiros de partido do ex-presidente, Paulos Pimenta (PT-RS), Wadih Damous (PT-RJ) e Paulo Teixeira (PT-SP).
Os autores do pedido já imaginavam uma derrota, mas a ideia era trazer a pauta o nome do líder petista e causar um desgaste no poder judiciário. Para isso, o habeas corpus precisava ser direcionado para o desembargador Rogério Favreto, crítico de Sergio Moro, ex-filiado ao PT e também membro dos governos Lula e Dilma . Ele no caso era o plantonista que receberia o pedido no domingo.
O jornal Folha de S.Paulo revelou que o deputado Paulo Pimenta recebeu um avisou que Favreto seria o responsável no TRF-4. Com isso, decidiu-se pelo habeas corpus em reunião na sala da liderança do PT na Câmara.
Os deputados imaginavam que a decisão de Favreto, favorável a Lula, seria cassada em poucas horas e que isso demonstraria que a justiça persegue o ex-presidente, preso em Curitiba desde abril.
Cronologia de "Lula solto"
Sexta-feira (6)
Os deputados petistas protocolam o pedido de liberdade de Lula no TRF-4 logo após o começo do plantão do juiz Rogério Favreto.
Domingo (8)
O desembargador Rogério Favreto determina a soltura imediata do ex-presidente Lula. O despacho dizia que falta fundamentação da ordem de prisão e como fato novo, cita a condição de pré-candidato à presidência de Lula.
Mediante o pedido, o juiz Sergio Moro afirma que Favreto é "incompetente" para soltar Lula já que estaria descumprindo uma decisão da turma do TRF-4.
Favreto não recua e em novo despacho confirma a ordem de soltura do ex-presidente e diz que o descumprimento acarreta em "descumprimento de ordem judicial".
Em seguida, o relator da Lava Jato no TRF-4, Gebran Neto, que estava de folga, publica um despacho determinando que a Polícia Federal não solte o ex-presidente. Favreto mais uma vez descumpre a ordem e emite novo despacho para soltura de Lula.
O caso "Lula solto" só chegou ao fim quando o presidente do TRF-4, Carlos Thompson Flores deu a palavra final no impasse. A determinação era para que o relator da Lava Jato tivesse a prerrogativa para decidir para o assunto. Com isso, seguiu a orientação de Gebran de deixar o ex-presidente preso.