Despontando nas pesquisas eleitorais como favorito a vencer a disputa por uma das cadeiras do Senado no estado de São Paulo, o apresentador de TV José Luiz Datena, filiado ao DEM, admitiu ao jornal Folha de S.Paulo que pode “joaquinizar” – isto é, fazer como o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que desistiu de concorrer à presidência da República nas eleições deste ano.
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Pré-candidato ao Senado, Datena afirma sofrer pressão de sua família para abandonar os projetos políticos. A contrariedade à pretensão de ingressar no Congresso vem de sua mulher, que “chora todos os dias” pedindo a retirada da candidatura, e de seus filhos, que também não veem com bons olhos a mudança de carreira do pai.
“Ainda sou pré-candidato. Mas posso dar uma bica na bola e acabou”, disse.
Se desistir, Datena não será o primeiro. Com o avanço da operação Lava Jato sobre políticos tradicionais, muito se comentou, na mídia e em Brasília, que as eleições de 2018 seriam dominadas por “outsiders”, pessoas vindas de fora dos quadros partidários estabelecidos. No entanto, diversas personalidades com este perfil acabaram desistindo de concorrer, como foi o caso do apresentador global Luciano Huck , do ex-treinador de vôlei Bernardinho, e do já citado ex-ministro Joaquim Barbosa.
“A política é mais complexa e tem mais problemas do que a gente pensa. Muito mais”, sintetiza Datena.
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Pré-candidato ao Senado, Datena pode prejudicar Band
Uma das principais apostas da Band, Datena conseguiu fazer um acordo amigável com o canal, com a qual tem contrato até 2020. As partes decidiram que enquanto o âncora estiver ausente, ficará sem salário.
No entanto, o afastamento do jornalista pode acarretar em prejuízo para a Band , que apostou alto na popularidade do apresentador.
Apesar de continuar contratado da emissora, o fato de não estar atuando pode prejudicar a empresa. Comandante de uma das atrações mais fortes do veículo, a sua ausência pode abalar a audiência da casa.
Pré-candidato ao Senado, Datena , assim como exige a lei, precisou deixar seu cargo no rádio e na TV para prosseguir na carreira política.
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