O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou uma carta nesta terça-feira (3) com criticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmou que “já não há razões para acreditar que terei Justiça”.
Preso desde o dia 7 de abril , Lula criticou as decisões do ministro Edson Fachin que enviou os recursos da defesa para julgamento no plenário da Corte e não na Segunda Turma. O ex-presidente considerou as determinações do magistrado como manobras para evitar que o petista tivesse mais chances de conseguir um habeas corpus.
“Tal comportamento, além de me privar da garantia do Juiz natural, é concebível somente para acusadores e defensores, mas totalmente inapropriado para um magistrado, cuja função exige imparcialidade e distanciamento da arena política”, afirmou o ex-presidente.
“É dramática e cruel a dúvida entre continuar acreditando que possa haver Justiça e a recusa de participar de uma farsa”, diz o petista em outro trecho.
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Na carta, o petista ainda voltou a afirmar que é inocente e defendeu que não há provas materiais de que ele tenha cometido crime. “Desafio meus acusadores a apresentar esta prova até o dia 15 de agosto deste ano, quando minha candidatura será registrada na Justiça Eleitoral”, escreveu o ex-presidente.
Batalha judicial de Lula no STF
Após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes negar o pedido de liberdade do ex-presidente na última sexta-feira (29), resta ao petista mais dois recursos na Corte que pedem sua liberdade .
O ex-presidente está preso após ter sido condenado em segunda instância a 12 anos e um mês de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, no caso do tríplex no Guarujá.
O primeiro é uma petição que pode suspender a condenação do ex-presidente até o trânsito em julgado (fim dos recursos) do processo. Esse pedido foi enviado ao plenário do STF que deve analisar a questão em agosto, após o recesso do Judiciário.
O outro recurso é um embargo de declaração, no qual a defesa do ex-presidente argumenta que a prisão de Lula ocorreu antes do término dos recursos na segunda instância e que isso feriu sua presunção de inocência.