A Justiça Federal determinou, na manhã deste sábado (30), que o diretor da Dersa (Departamento Rodoviário S/A), Pedro Paulo Dantas Amaral, que está preso desde o último dia 21, deve ser solto em breve. Ele estava detido por suspeita de desvio de dinheiro público nas obras do Rodoanel.
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Além de Amaral, outros quatro presos pela Polícia Federal na operação Pedra no Caminho – que apura as irregularidades nas contas das obras do Rodoanel , mais especificamente o seu trecho Norte – tiveram a sua soltura determinada hoje.
Todos estavam presos desda a quinta-feira da semana passada. Na última segunda-feira (25), eles tiveram a sua prisão temporária prorrogada pela Justiça. Porém, hoje, a 5ª Vara Federal Criminal de São Paulo, disse que "não há mais interesse da autoridade policial ou do Ministério Público Federal, órgãos com competência exclusiva para investigação de crimes de ação penal pública, na manutenção da prisão dos investigados".
Foram soltos os chefes de departamento da Dersa Benedito Aparecido Trida e Adriano Francisco Bianconcini Trassi, o funcionário Edison Mineiro Ferreira dos Santos e Valdir dos Santos Paula.
Em nota, a defesa do diretor da Dersa , afirma que "a Justiça reconheceu a inexistência de razão, motivo e necessidade dessa prisão arbitrária de Pedro Paulo. E em breve, reconhecerá que inexistiu qualquer ilicitude."
Presos por corrupção nas obras do Rodoanel
Além dessas cinco pessoas, outras duas foram presas. Esses dois suspeitos, porém, continuam detidos. Um deles é Laurence Casagrande Lourenço, ex-diretor presidente da Dersa , o principal alvo da operação. Ele estava preso temporariamente e, nessa mesma decisão, a Justiça determinou a sua prisão preventiva.
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Antes de ser detido , ele presidia a Companhia Energética de São Paulo (Cesp). No último ano, ele acumulou o cargo de secretário de Transportes e Logística do governo Geraldo Alckmin (PSDB) e deixou a pasta quando Márcio França (PSB) assumiu o governo.
Laurence é homem de confiança de Alckmin e atua no governo tucano há 17 anos, com passagens pela Secretaria da Segurança Pública e Fundação Casa.
Inquérito sobre a corrupção no Rodoanel
O inquérito policial a respeito dessa operação foi instaurado em 2016, após a denúncia de um ex-funcionário da empresa que atuou nas obras. Ele apontou manipulações em termos aditivos ao contrato da obra, com o objetivo de aumentar o valor pago às empreiteiras.
Os aditivos contratuais, na fase de terraplanagem, eram para a remoção de rochas, mesmo que o projeto inicial já contemplasse o custo dessa remoção. A irregularidade gerou sobrepreço de mais de R$ 131 milhões.
Segundo a perícia da Polícia Federal e relatórios do Tribunal de Contas da União e da Controladoria-Geral da União, um dos cinco lotes onde houve aditivos para a remoção de rochas teve sobrepreço de R$ 33 milhões.
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Os acusados vão responder pelos crimes de fraude à licitação, estelionato contra o poder público, falsidade ideológica e associação criminosa, conforme as suas participações no desvio de dinheiro público nas obras do Rodoanel .