Luiz Estevão foi condenado a 28 anos de prisão por desvios de recursos do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo
Agência Senado/Divulgação
Luiz Estevão foi condenado a 28 anos de prisão por desvios de recursos do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo

ex-senador Luiz Estevão é suspeito de ser o “manda-chuva” da ala reservada a presos vulneráveis como ex-policiais e políticos no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Na operação batizada de Bastilha, realizada no domingo (17), mais de 30 agentes da polícia civil encontraram chocolate, tesoura e cinco mini pen drives na cela que Estevão, preso há mais de dois anos, divide com o ex-ministro petista José Dirceu.

Além do fato de Luiz Estevão compartilhar a cela apenas com Dirceu – enquanto a média é de sete detentos dividindo o mesmo espaço – outros indícios reforçam as suspeitas dos agentes que também encontraram um caderno d o ex-ministro petista com uma anotação para “pedir autorização” a Estevão para receber a visita de um menor de idade fora do horário programado.

“Ele passa o recado de que Estevão tem influência dentro do presídio para conseguir esse tipo de visitação e outras regalias”, disse o delegado Thiago Boeing, da Divisão de Repressão às Facções Criminosas, da Polícia Civil.

Os agentes também estranharam o grande volume de documentos do ex-senador encontrados na biblioteca de uso comum dos presos, que representa outra evidencia do poder de Estevão na prisão. “Mais parecia um escritório particular dele”, disse Boeing. Estevão foi condenado a 28 anos de prisão por desvios de recursos do Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo.

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Fiscalização em outras celas

A cela em que está preso o ex-ministro Geddel Vieira Lima e outros nove detentos também foi vistoriada pelos agentes. De acordo com os policiais, no local foram encontrados documentos de Geddel que ainda serão analisados. “Vamos ver se há pertinência com as investigações”, disse o delegado.

A fiscalização na Papuda  foi realizada na tarde de domingo durante o jogo de estreia da Seleção Brasileira na Copa do Mundo. “A gente avaliou que era o momento mais propício para flagrar privilégios”, explicou o delegado.

As investigações começaram em janeiro para apurar denúncias de que presos estariam ameaçando delegados e juízes. Os policiais descartaram essas ameaças, mas encontraram os indícios de privilégios no bloco 5 do Centro de Detenção Provisória.

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Os mandados de busca e apreensão foram expedidos pela Vara de São Sebastião em abril, mas a estratégia que manteve toda a ação em sigilo foi a de cumprir os mandados apenas agora. As defesas de Geddel e Luiz Estevão não se pronunciaram.

* Com informações da Agência Brasil

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