Michel Temer lembrou que as coisas positivas feitas pelo governo costumam não ser atribuídas a ele
Marcos Correa/PR - 7.6.18
Michel Temer lembrou que as coisas positivas feitas pelo governo costumam não ser atribuídas a ele

O presidente Michel Temer criticou nesta quinta-feira (7) o  bombardeio de denúncias que vem sofrendo há quase um ano. De acordo com Temer, o que estão tentando fazer é o  "esquartejamento político e moral do presidente da República". "Não é um movimento investigativo; é político, para desmoralizar o governo", afirmou.

"Lamento ter de dizer que é violação dos direitos constitucionais. O tratamento que me dão é indigno. Estou sendo vilipendiado", disse Michel Temer em entrevista à TV Brasil.

O presidente afirmou que os inquéritos são prorrogados por "mais e mais tempo na tentativa de alcançar o presidente da República", mas que nunca houve provas de irregularidades.

"Vão buscar coisas já arquivadas, de 1998. Encontraram um documento não sei onde, de não sei quantos anos atrás e querem saber o que o Temer tem a ver com isso. O Brasil está neste tom. É insuportável. Mas isso não paralisa o governo não; pelo contrário", afirmou.

O presidente disse ainda que não tem preocupações com a quebra de seu sigilo bancário ou telefônico. "Não me incomodo; é indevido, mas não vou recorrer. Podem ver minhas modestíssimas contas bancárias. Tenho 50 anos ou mais de serviço e como patrimônio coisa mínima. Não tenho fazendas, empresa, casa de praia, casa de campo", enumerou. "É um desplante, mas fiquem à vontade. Podem repastar-se. Mas isso não pode continuar assim", reclamou.

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"Se me permitem uma expressão grosseira, digo que vão quebrar a cara [sobre pedido da Polícia Federal de quebra de sigilo telefônico, referente a 2014]. Podem olhar tudo; verifiquem com quem eu falei", desafiou. 

O presidente lembrou que as coisas positivas feitas pelo governo costumam não ser atribuídas a ele. "A área economia caiu do céu? Não. Havia um presidente preocupado com a recuperação do país que trouxe essas pessoas para o governo", avaliou.

"Fizemos a reforma do ensino médio, criamos a maior reserva marinha do mundo, melhoramos  a saúde; não foi só na economia que atuamos", completou.

Quebra de sigilo telefônico foi negada

Nesta-quinta feira, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou o pedido da Polícia Federal para quebrar o sigilo telefônico de Temer . Apesar da negativa, o ministro autorizou o procedimento contra os ministros da Casa Civil, Eliseu Padilha, e de Minas e Energia, Moreira Franco.

O pedido foi enviado a Fachin em março, mas foi mantido em sigilo até a última quarta-feira (6). A rejeição segue o parecer da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que aceitou a quebra de sigilo somente dos ministros, alegando falta de indícios do envolvimento de  Temer no caso.

Eles são investigados em um processo que apura um repasse de R$ 10 milhões da Odebrecht para o MDB, que teria sido acertado no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência, em 2014. À Justiça, Temer já assumiu que tal encontro aconteceu, mas negou que valores tenham entrado em pauta, sobretudo relacionados a pagamento de propina pela Odebrecht.

O Planalto diz ainda que todas as doações da Odebrecht ao partido foram feitas obedecendo a legalidade. Esse inquérito foi aberto no ano passado, mas  Michel Temer só foi incluído no processo em março deste ano.

* Com informações da Agência Brasil

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