Eduardo Guardia propôs
José Cruz/Agência Brasil - 28.5.18
Eduardo Guardia propôs "majoração de impostos" para levantar recursos que cubram acordo com caminhoneiros

O ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, recuou e garantiu nesta terça-feira (29) que o governo "não trabalha com a hipótese de aumento de impostos" para compensar financeiramente as medidas previstas no acordo firmado com caminhoneiros pelo fim da paralisação da categoria.

Eduardo Guardia disse, em discussão na Câmara dos Deputados, que foi mal compreendido ao  falar nessa segunda-feira (28) sobre as medidas econômicas que o governo adotaria para subsidiar a redução de R$ 0,46 no preço cobrado pela Petrobras por litro de óleo diesel. "O que o governo fará para compensar essa redução de impostos é a redução de incentivos fiscais. Em nenhum momento o governo trabalha com a hipótese de aumento de impostos", afirmou o ministro.

O discurso contrasta com o ostentado por Guardia em entrevista coletiva concedida nessa segunda-feira (28). Na ocasião, o chefe da equipe econômica do governo Michel Temer sustentou que o acordo com os caminhoneiros trará impacto financeiro de R$ 9,5 bilhões, e que o governo precisa de "medidas tributárias" para cobrir esse custo.

"Oportunamente vamos falar de outras medidas tributárias, como a majoração de impostos e eliminação de benefícios existentes. O importante é que essas medidas gerem os recursos necessários para fazer essa compensação", disse o ministro.

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Reações às declarações de Guardia

As declarações geraram reações negativas e ainda ontem o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun,  evitou falar em aumento de impostos e ponderou que a receita necessária para atender às reivindicações dos caminhoneiros viria apenas da "redução de benefícios".

Na manhã desta terça-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que Guardia foi "irresponsável" em suas declarações . "Enquanto eu for presidente da Câmara, não há chance de se votar aumentar imposto. Brasileiros pagam impostos demais.”

Assim como Maia, o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), reforçou que a solução não pode passar por aumento de impostos. "Estamos buscando entendimento para não fazer nada açodado, não fazer nada que prejudique a população”, afirmou.

Além na redução do preço do óleo diesel pelo período de 60 dias, o acordo costurado pelo governo ao longo do fim de semana prevê ainda a suspensção da cobrança de pedágio para os caminhões que circularem com eixo suspenso em todo o País. O ministro Eduardo Guardia estima que o governo será obrigado a cortar R$ 3,8 bilhões do orçamento de 2018 por conta da redução na arrecadação que essas medidas vão acarretar.

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