O presidente Michel Temer (MDB) disse nesta segunda-feira (28) ter "absoluta convicção" de que a greve dos caminhoneiros, que entrou em seu oitavo dia
, será encerrada até amanhã. A declaração foi feita durante cerimônia de posse ao ministro Ronaldo Fonseca, novo chefe da Secretaria-Geral, que antes era comandada por Moreira Franco (hoje na pasta de Minas e Energia).
"Quero aproveitar para dizer o seguinte sobre esse episódio que nós estamos vivendo agora e que, se Deus quiser, logo superaremos. E tenho absoluta convicção de que, até amanhã, aqueles que estão na chamada greve – agora já recomendada pelos seus líderes como devemos cessar... Tenho certeza que tudo isto trará muita tranquilidade", declarou Michel Temer .
Mais cedo, o presidente havia participado de reunião para monitorar os protestos que ocorrem ainda em 24 estados e no Distrito Federal e causaram ao longo da última semana crise de desabastecimento em todo o País. O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse após o encontro de que as negociações com líderes do movimento grevista já foram encerradas , mas evitou prever um prazo para a normalização.
Essas negociações envolveram acordo anunciado nesse domingo (27) que prevê a redução de R$ 0,46 no preço do litro do óleo diesel cobrado na bomba dos postos de combustíveis. O acordo vai onerar em até R$ 10 bilhões o orçamento da União e inclui ainda a suspensão da cobrança de tarifa de pedágio por eixo suspenso de caminhões nas rodovias de todo o País.
O Palácio do Planalto divulgou nota nesta tarde afirmando que um acordo costurado pelo ministro Carlos Marun (Secretaria de Governo) e o governador de São Paulo, Márcio França (PSB), prevê a desmobilização completa dos grevistas até a meia-noite de quinta-feira (31).
Governo da "conciliação"
Apesar de ter autorizado o envio das Forças Armadas para as operações de desobstrução de vias interditadas por caminhoneiros, Temer exaltou hoje que seu governo sempre buscou o "diálogo" com os grevistas.
"Entendeu-se que logo no começo, eu deveria usar de toda a força necessária para, logo no primeiro dia, impedir qualquer movimento. Nós não fazemos assim, não é nossa vocação. A nossa vocação é do acerto, do diálogo, da conciliação, do ajuste, que é o que fizemos ao longo desta semana", afirmou o presidente Michel Temer.
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