Com um discurso baseado na crítica à corrupção e à maneira tradicional de se fazer política, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSL) , pré-candidato à presidência da República, tem se esforçado, nas últimas semanas, para costurar alianças com políticos condenados pela Justiça e citados nos escândalos éticos que, em suas falas, ele afirma combater.
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Bolsonaro já admite publicamente sua disposição em se encontrar com Valdemar Costa Neto , líder do PR condenado no processo do chamado “mensalão” a 10 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Costa Neto foi preso em 2013, mas no ano seguinte ganhou o benefício de cumprir sua pena em casa. Em 2016, foi perdoado pelo Supremo Tribunal Federal por seus crimes.
Com Costa Neto, Bolsonaro negociará a adesão do senador Magno Malta (PR) a sua candidatura. A intenção do presidenciável é de que Malta figure como candidato a vice-presidente em sua chapa.
Outro político apontado em delações premiadas de quem Bolsonaro tenta se aproximar é Paulo Skaf (MDB) , aliado de Michel Temer, presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e pré-candidato ao governo paulista. À imprensa, o deputado federal já afirmou que é “simpático a Skaf”.
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Em sua delação premiada, o ex-presidente da empreiteira Odebrecht, Marcelo Odebrecht, afirmou que repassou recursos ilegais à campanha de Skaf em 2014. O presidente da Fiesp nega as acusações.
Na própria legenda de Bolsonaro, o PSL, inclusive, há políticos com problemas na Justiça. Luciano Bivar, presidente nacional do partido, foi réu por associação criminosa e fraude telefônica, mas seu processo prescreveu por causa da demora da justiça.
Bolsonaro , que afirmava ser contra acordos partidários com políticos que ele considera “antiéticos”, se defende das acusações de oportunismo e hipocrisia. “E os partidos que querem negociar com o Temer? E os que podem caminhar com o PT? Só eu vou ser cobrado por isso?”, disse ao jornal O Globo .
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