Agentes da Polícia Federal (PF) estão nas ruas, desde as primeiras horas da manhã desta terça-feira (15), para deflagrar uma operação contra lavagem de dinheiro do tráfico internacional de drogas. Entre os alvos, está Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido como Ceará, que foi preso hoje. Ele já era delator da Operação Lava Jato.
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Ceará atuava na Lava Jato com o doleiro Alberto Youssef. Seu acordo de delação premiada foi firmado com a Procuradoria-Geral da República (PGR) e homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A PF disse que vai avisar as duas instituições para que avaliem a rescisão do acordo, devido à prisão desta terça-feira.
Além de Ceará, outras sete pessoas foram presas na operação batizada de Efeito Dominó, um desdobramento da Operação Spectrum – que foi iniciada em julho do ano passado, com o objetivo de desarticular uma estrutura estabelecida para o tráfico
internacional de drogas.
Ao todo, os policiais cumprem hoje 26 ordens judiciais, sendo 18 de busca e apreensão, cinco de prisão preventiva e três de prisão temporária nos estados do Rio de Janeiro, Pernambuco, Ceará, Paraíba, Mato Grosso do Sul e São Paulo, além do Distrito Federal.
Durante as investigações da Operação Spectrum, a PF desarticulou uma estrutura criminal criada visando o tráfico internacional de drogas. Esse esquema era comandado por Luiz Carlos da Rocha, mais conhecido como Cabeça Branco . Esse homem era tido como um dos maiores traficantes da América do Sul, tendo conexões em dezenas de outros países.
Modus operandi
Por meio de uma nota enviada à imprensa, a PF informou que as investigações demonstram “robustos indícios acerca do modus operandi [modo de operação] da organização criminosa".
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Segundo a nota, "de um lado, havia a necessidade de disponibilidade de grande volume de reais em espécie para o pagamento de propinas, e de outro, traficantes internacionais como Luiz Carlos da Rocha possuíam disponibilidade de recursos em moeda nacional e necessitavam de dólares para efetuar as transações internacionais com fornecedores de cocaína”.
A PF afirma ainda que "chama atenção" o fato do "doleiro ter retornado às suas atividades ilegais mesmo tendo firmado acordo de colaboração premiada".
Com a operação de hoje, a PF pretende reunir informações complementares da prática dos crimes de lavagem de dinheiro, contra o Sistema Financeiro Nacional, organização criminosa e associação para o tráfico internacional de entorpecentes.
Hoje, Ceará foi preso preventivamente, ou seja, por tempo indeterminado. Como delator da Lava Jato
, ele mencionou os políticos Fernando Collor de Mello, Aécio Neves, Renan Calheiros e Randolfe Rodrigues foram delatados por Ceará.
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* Com informações da Agência Brasil.