Faltando apenas um dia para o leilão do tríplex atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no condomínio Solaris, no Guarujá (SP), nenhum lance online foi realizado, apesar das mais de 37 mil visualizações feitas até as 13h desta segunda-feira (14).
O tríplex de 215 metros quadrados, quatro dormitórios, duas suítes – além de piscina e churrasqueira – tem valor estimado pela Justiça em R$ 2,2 milhões. Segundo o edital disponibilizado pelo juiz federal Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, caso não haja lances na primeira data, o preço mínimo de 80% da avaliação judicial deverá ser respeitado no segundo pregão, que está marcado para o dia 22 de maio.
É possível agendar visita – mas é cobrado valor de R$ 1 mil de caução, determinado pela Justiça Federal. O leilão do imóvel está sendo realizado pela “Marangoni Leilões”, de Curitiba (PR).
No fim de janeiro, Moro determinou a venda, em leilão público, do imóvel. A decisão foi tomada após o ele ter sido penhorado a pedido da 2ª Vara de Execução de Títulos Extrajudiciais da Justiça Distrital de Brasília, em processo da empresa Macife contra a OAS. Segundo a defesa do petista, a decisão dessa penhora, pela própria Justiça, comprovaria ser a OAS a verdadeira dona do imóvel – e não o ex-presidente.
Prisão do ex-presidente
Lula foi condenado a 12 anos e um mês por corrupção e lavagem de dinheiro, sendo preso no dia 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Ele foi condenado após acusação de ter sido beneficiado com o repasse de R$ 3,7 milhões para a compra e reforma do tríplex no Guarujá (SP). Deste valor, uma parte teria sido utilizada para o armazenamento, entre 2011 e 2016, de presentes que Lula recebeu durante os mandatos como presidente.
De acordo com a denúncia, as reformas feitas no imóvel pela construtora OAS , como a instalação de um elevador privativo, eram parte de pagamento de propina da empreiteira a Lula por supostamente tê-la favorecido em contratos com a Petrobras.
Outras ações contra Lula
Além do processo sobre o tríplex, o ex-presidente responde ainda a outras seis ações penais, sendo quatro na Justiça Federal em Brasília e outras duas com o próprio juiz Sérgio Moro em Curitiba. No Paraná, o petista é réu em ações sobre propina da Odebrecht mediante à compra de um terreno para o instituto do ex-presidente e de um apartamento em São Bernardo do Campo (SP), e sobre o sítio em Atibaia (SP).
Já na capital federal, o ex-presidente responde por suposto crime de tráfico de influência no BNDES para favorecer a Odebrecht, por suposta tentativa de obstrução à Justiça no episódio que levou o ex-senador Delcídio do Amaral à prisão, por tráfico de influência na compra de caças suecos da Saab e por supostamente ter favorecido montadoras com a edição de medida provisória em 2009. Lula nega todas as acusações, incluindo sobre o tríplex .