O Partido Socialista Brasileiro (PSB) divulgou nota nesta terça-feira (8) afirmando que "compreende" a decisão do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa em não se candidatar à Presidência
nas eleições deste ano.
O partido destacou que a decisão de Barbosa é "personalíssima" e se deu após "reflexão de foro íntimo" respeitando o que foi acordado entre ele e o presidente nacional do PSB , Carlos Siqueira. "Tratava-se, desde o princípio, portanto, de uma construção pautada pelo respeito mútuo entre as partes", diz a legenda.
O partido afirma no texto que seguirá, "com serenidade, na tentativa de contribuir para a construção de alternativas para o País, que contemplem os amplos clamores populares, pela renovação da prática política".
O líder do partido na Câmara, deputado Júlio Delgado (MG), disse que foi avisado da decisão de Barbosa no início desta manhã e garantiu que a legenda não tem um "plano B". Já o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg, ressaltou que o "partido continuará debatendo os problemas nacionais e dialogando com candidatos que possam atender às expectativas do PSB e da sociedade brasileira".
Leia também: Alckmin promete que, se for eleito presidente, vai manter intervenção no Rio
Pré-candidatos
A desistência do ex-presidente do Supremo em participar das eleições reverberou entre pré-candidatos à Presidência. Boa parte deles estava presente nesta manhã em evento da Frente Nacional dos Prefeitos (FNP), em Niterói, no Rio de Janeiro.
O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) disse que "respeita", "mas" lamenta a resolução de Barbosa. "Temos que incentivar a entrada de boas pessoas na política. Tenho certeza de que ele poderá contribuir de outras formas com nosso país", afirmou o tucano.
O pré-candidato pelo Podemos, Álvaro Dias, enalteceu o ex-presidente do STF e disse que espera herdar votos dos eleitores de Barbosa. "A ausência dele certamente empobrece o debate. Ele qualificaria o debate com a sua presença, sobretudo em razão de seu histórico mais recente, conduzindo o STF num momento histórico. Mas a ausência dele deixa um espaço aberto no campo da ética, para os brasileiros que priorizam a ética como um pressuposto básico indispensável para a sua escolha", disse Dias.
Manuela D'Ávila, deputada estadual pelo Rio Grande do Sul e pré-candidata pelo PCdoB, enquadrou Joaquim Barbosa como alguém que entraria "no campo" da esquerda, mas avaliou que esse espectro político ainda dispõe de outras opções. "Nosso campo tem Lula, Manuela, Ciro [Gomes, do PDT], Boulos [do PSOL] e Joaquim. Hoje não temos o Joaquim. Qual a possibilidade de nos unir em torno de um nome? É preciso dialogar mais”, afirmou, conforme reportou o jornal Folha de S.Paulo .
A ex-senadora Marina Silva, da Rede Sustentabilidade, fez coro ao discurso de "respeito" à decisão de Barbosa e destacou que o PSB ainda precisará debater seu futuro para as eleições deste ano, conforme reportou o jornal O Estado de S.Paulo . O ex-ministro chegou a ser cotado a sair como vice na chapa de Marina, uma possibilidade que não está completamente afastada, uma vez que Barbosa disse apenas que não será candidato "a Presidente da República". "Boa parte da base da nossa proposta para 2018 está construída em cima do programa de 2014, que fizemos juntos", exaltou Marina, lembrando das eleições anteriores, na qual a ex-senadora estava na chapa de Eduardo Campos.
Leia também: STF envia investigação contra Aécio Neves para 1ª instância