O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) completa, nesta segunda-feira (7), os seus primeiros 30 dias preso na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Apesar de estar detido, o petista vem se comunicando com a sua militância, por meio de cartas e comunicados. E, como era de se esperar, não deixou a data de um mês de reclusão passar em branco.
Leia também: Ministro do STF nega pedido de Lula para tirar ação sobre sítio das mãos de Moro
“Completam-se 30 dias que estou aqui aguardando que o [juiz federal Sérgio] Moro e o TRF-4 digam qual crime cometi. Não sei se meus acusadores dormem com a consciência tranquila, com a qual eu durmo. A minha tranquilidade é porque tenho vocês”, disse o ex-presidente Lula.
Condenado a 12 anos e um mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), pelo caso do tríplex do Guarujá, em São Paulo, o petista voltou a se declarar inocente nesta segunda. Afinal, de acordo com ele, não é verdade que o imóvel e a reforma feita nele sejam fruto de propina de empreiteiras em troca de contratos com o governo.
Na carta, o ex-presidente afirma ter “certeza” de ser “vítima de um conluio entre a imprensa e a força-tarefa da Lava Jato, que não sabem como sair da emboscada criada com tantas mentiras”.
Leia também: Paulo Okamoto diz a Moro que Lula pretendia comprar o sítio de Atibaia
Além da carta divulgada pelo partido nesta segunda, foi compartilhado pela legenda um vídeo com o último discurso de Lula antes de se entregar à Polícia Federal, no Sindicato dos Metelúrgicos de São Bernardo do Campo, no ABC paulista.
Um mês de transtornos em Curitiba
Desde que o ex-presidente Lula foi preso, militantes contrários à sua detenção acampam nas proximidades da sede da Polícia Federal em Curitiba. O acampamento já chegou a ser alvo de tiros, foi palco de diversas polêmicas envolvendo lideranças da esquerda e, segundo alguns moradores da região, tem gerado transtornos.
Devido a tal montagem no local, a prefeitura da capital paranaense chegou a solicitar a transferência do ex-presidente. Além disso, a Justiça já determinou que os movimentos desfaçam o acampamento sob uma pena de multa diária. Depois de 30 dias da prisão do petista, porém, não há sinais de que o acampamento será desmontado.
Leia também: Doleiros de Cabral darão aulas sobre lavagem de dinheiro ao MPF