O executivo Dario de Queiroz Galvão Filho, herdeiro da Galvão Engenharia , revelou em delação premiada que o então prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD, ex-DEM), direcionou a licitação da obra do túnel Sena Madureira para que a empreiteira ganhasse a disputa. Em troca, a empresa teria doado R$ 1 milhão para o diretório nacional do DEM em 2008.
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Kassab que atualmente é Ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações do governo Michel Temer já era investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de recebimento de vantagens indevidas da Odebrecht em 2008 e 2009 que teriam sido desviadas de contratos de obras viárias no estado de São Paulo.
Agora, numa estratégia que foi considerada pelos investigadores como "pagamento de propina via doação eleitoral ", a situação de Kassab tende a se tornar mais delicada. O termo de colaboração do executivo já foi anexado aos autos de inquérito que tramita no STF.
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Dario relatou ao Ministério Público Federal que, em 2008, foi procurado por um sócio do grupo Galvão, que o informou de um encontro com Kassab. No encontro deste com o ex-prefeito, teria sido discutida uma obra a ser licitada pela Prefeitura e “oferecido o direcionamento do certame em favor da Galvão Engenharia”, em contrapartida a valores que deveriam ser repassados mediante doação para a campanha de Kassab, que concorreria à reeleição.
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Dario disse que, após a publicação do edital da obra, “a empresa entendeu que deveria cumprir com o compromisso, sendo autorizado o pagamento de R$ 1 milhão em favor do Diretório Nacional do DEM”.
Kassab nega tudo
A assessoria do ex-prefeito e atual ministro Gilberto Kassab
informou que “a licitação, realizada pela Prefeitura, ocorreu de forma lícita e transparente, obedecendo a todas as disposições legais”. Ainda segundo os assessores, “as doações recebidas seguiram a legislação vigente”. Já seu ex-partido, o Democratas não se manifestou. As informações foram apuradas pelo O Estado de S. Paulo
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