O presidente Michel Temer (MDB) gravou nesta semana pronunciamento que está previsto para ir ao ar entre 20h e 20h30 desta sexta-feira (20) em cadeia nacional de rádio e televisão. O teor do discurso foi discutido pelo emedebista com ministros, líderes da base aliada no Congresso e com seus advogados em reunião realizada na terça-feira (17).
De acordo com o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo , o presidente Michel Temer foi orientado pelo advogado Antonio Mariz de Oliveira a aproveitar o pronunciamento para se defender das investigações sobre suposta irregularidade na edição do chamado decreto dos Portos – cujo avanço pode levar a Procuradoria-Geral da República (PGR) a denunciar o presidente mais uma vez.
Temer, no entanto, decidiu ignorar o tema e focou em uma mensagem mais abrangente, homenageando Tiradentes, cuja morte é lembrada no dia 21 de abril (sábado), e mencionando ainda o descobrimento do Brasil, celebrado no domingo (22). De acordo com a TV Globo, o presidente também adotou discurso de que é "fácil bater" no governo, em referência às críticas que tem recebido. Mas desafia: "Quero ver fazer e realizar".
Temer é investigado em inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) que apura se o presidente recebeu propina da Rodrimar, empresa que opera o porto de Santos (SP), em troca de favorecimento ao grupo por meio da edição do decreto que regulamenta contratos de concessão e arrendamento do setor portuário. Também são investigados o ex-assessor da Presidência Rodrigo Rocha Loures e os empresários Antonio Grecco e Ricardo Mesquita, ligados à Rodrimar.
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Além desse inquérito, o presidente também é alvo de outro processo que apura suposta propina paga pela Odebrecht a campanhas do MDB por meio de doações eleitorais via caixa dois.
Temer diz que apuração sobre morte de Marielle "avança com método e critério"
No início da tarde desta sexta-feira, Temer participou da cerimônia de formação de novos diplomatas, no Palácio Itamaraty, em Brasília. O presidente mencionou em seu discurso o assassinato da vereadora fluminense Marielle Franco (PSOL), ocorrido no dia 14 do mês passado, e disse que as investigações sobre o crime "avançam com método e critério".
"O inaceitável e covarde assassinato da vereadora chocou não apenas do nosso País, mas chocou o mundo. Marielle teve sua trajetória política brutalmente e covardemente interrompida. Mas seus assassinos não conseguiram, nem conseguirão, matar o que ela representa. Marielle era mulher batalhadora, que lutava por aquilo que acreditava ser o melhor para o brasileiro e para o próprio Brasil. As investigações sobre o crime avançam com método e critério. As autoridades competentes trabalham para que os responsáveis sejam identificados e levados à Justiça", garantiu Michel Temer .
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