Joesley diz ter doado R$ 110 milhões à campanha de Aécio em 2014
Empresário diz que repasse era condição para atuação de Aécio em favor de interesses privados; dinheiro teria sido divido entre aliados do tucano
Por iG São Paulo |
Em um depoimento à Polícia Federal na quinta-feira (19), o empresário Joesley Batista voltou a citar o senador Aécio Neves como suposto destinatário de remessas de dinheiro. Dessa vez, ele detalhou aos investigadores como teria feito chegar ao mineiro e seus aliados doações legais e via caixa dois de R$ 110 milhões para custear campanhas eleitorais em 2014. A informação é do jornal O Globo .
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De acordo com Joesley , os valores foram divididos entre os apoiadores do tucano na eleição presidencial de 2014. Além de depor, Joesley apresentou planilhas, notas fiscais e recibos que comprovariam as doações feitas.
O PSDB teria levado uma fatia de R$ 64 milhões; R$20 milhões ficaram com o PTB de Roberto Jefferson ; o Solidariedade, de Paulinho da Força , teria sido agraciado com R$ 15 milhões. O restante do dinheiro, relatou o empresário, foi destinado aos demais apoiadores de Aécio.
Joesley afirmou, também, que o dinheiro foi encaminhado ao senador sob a expectativa de que, se eleito, ele atuaria em favor dos interesses da JBS no governo.
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O empresário afirma que, após a derrota do senador para a petista Dilma Rousseff, o político o procurou pedindo mais dinheiro para cobrir dívidas de campanha. Dessa vez, o mineiro queria R$ 18 milhões. Joesley acertou que repassaria o valor por meio de uma transação envolvendo um imóvel em Belo Horizonte. O negócio teria sido intermediado por Flávio Jacques Carneiro, aliado de Aécio e um dos donos do jornal “Hoje em Dia”.
Aécio réu
A delação de Joesley foi ponto de partida para Aécio se tornar réu por corrupção e tentativa de obstrução à Justiça. A primeira acusação trata do episódio no qual Aécio recebeu, por meio de seu primo Frederico Medeiros, empréstimo de R$ 2 milhões de Joesley para supostamente arcar com sua defesa na Operação Lava Jato.
O empresário afirmou, ainda, que pagou uma espécie de 'mesada' no valor de R$ 50 mil ao senador ao longo de dois anos, entre 2015 e 2017. A informação é do jornal Folha de S.Paulo .
A defesa de Aécio Neves negou que o senador tenha solicitado 'mesada' de Joesley. O advogado do tucano confirmou que houve pagamentos da JBS à rádio Arco Íris – da qual o tucano foi sócio –, mas garantiu que trata-se de uma "relação comercial lícita" que teria sido aproveitada por Joesley para "forjar mais uma falsa acusação" contra o parlamentar.
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