Empresário diz que coronel Lima arrecadava dinheiro para Temer
Contrariando o depoimento de Michel Temer, Gonçalo Torrealba, do grupo Libra, disse à Polícia Federal ter sido procurado por coronel Lima, que pediu doações para campanhas eleitorais do presidente
Por iG São Paulo |
Em depoimento prestado à Polícia Federal, o empresário Gonçalo Torrealba, dono do grupo Libra, que atua no porto de Santos, disse que o coronel aposentado da Polícia Militar João Batista Lima Filho o procurou pedindo doações para campanhas eleitorais de Michel Temer ( MDB
). A informação é do jornal O Globo
.
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O empresário contou que o coronel o procurou há 15 anos pedindo doações para uma campanha de Temer quando este ainda era deputado federal. O depoimento corrobora informações dadas pelos irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS, que também afirmaram que Lima era um dos encarregados de arrecadar recursos para o presidente.
Torrealba é um dos investigados pela operação Skala, que apura se houve favorecimento a empresas privadas que operam no porto de Santos por parte de Michel Temer e seu entorno em troca de propinas.
Coronel Lima, como é conhecido, é amigo de Temer há décadas. O depoimento do empresário contradiz informações que o próprio presidente prestou à Polícia Federal por escrito.
Inquirido sobre sua relação com Lima, Temer escreveu que “O sr. João Batista me auxiliou em campanhas eleitorais, mas nunca atuou como arrecadador de recursos”. O emedebista também acrescentou que nunca realizou “negócios comerciais ou de qualquer outra natureza que envolvesse a transferência de recursos financeiros para o sr. Lima Filho”.
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Procurada, a defesa do coronel reformado não quis comentar o caso e disseram que só vão se manifestar após conseguir acesso à íntegra da delação.
Reforma na casa da filha de Temer
A reforma feita na casa da psicóloga Maristela Temer, uma das filhas do presidente, em Pinheiros, bairro nobre de São Paulo, teve despesas pagas pela arquiteta Maria Rita Fratezi, mulher do coronel João Baptista Lima Filho, e tal pagamento foi feito em dinheiro vivo. Foi o que relatou um dos fornecedores da obra ao jornal Folha de S.Paulo .
“Foi Maria Rita Fratezi quem fez os pagamentos, em espécie, em parcelas. Os pagamentos foram feitos dentro da loja”, disse o fornecedor. O jornal diz ainda que "obteve recibo referente a uma dessas prestações, emitido pela Ibiza em 30 março de 2015, no valor de R$ 12.480". Tal documento estaria já em poder da Polícia Federal.
Procurada, a assessoria de Temer disse que questões a respeito da reforma da casa de Maristela seriam respondidos pela defesa da psicóloga. O advogado de Maristela, por sua vez, diz que só dará esclarecimento sobre o assunto à PF se a cliente for chamada a depor. Já a família Lima negou ter cometido qualquer irregularidade.
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