Os conglomerados de movimentos sociais Frente Brasil Popular e Povo Sem Medo agendaram para quarta-feira (11) um dia de mobilização nacional para protestar contra a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As manifestações têm como objetivo pressionar o Supremo Tribunal Federal (STF) a votar ações
que questionam a autorização para prisões após condenações na segunda instância da Justiça.
O ministro Marco Aurélio, que é relator de duas ações sobre o assunto, afirmou ao jornal Folha de S.Paulo que levará ao plenário do STF um pedido de liminar que pede a suspensão de todas as prisões baseadas em condenações na segunda instância até o julgamento definitivo das ações. A eventual concessão dessa liminar beneficiaria Lula, que está preso desde sábado (7) na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR). A próxima sessão do Supremo será realizada justamente na quarta-feira, dia das manifestações dos movimentos sindicais.
Os grupos que defendem a liberdade de Lula estão mobilizados desde a última quinta-feira (5), dia em que o juiz federal Sérgio Moro ordenou a prisão de Lula. Naquela noite, militantes do Partido dos Trabalhadores e pessoas ligadas a movimentos sindicais fizeram uma vigília em frente ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo, onde Lula permaneceu até se entregar, no início da noite de sábado (7).
Acampamento em Curitiba
Desde aquela noite, um grupo de apoiadores armou um acampamento em frente à sede da PF na capital do Paraná. A instalação tem recebido manifestantes de vários locais do País, que chegam em caravanas, e chegou até mesmo a contar com um show da cantora Ana Canãs nesse domingo (8). Os apoiadores de Lula prometem permanecer em vigília até a soltura do ex-presidente.
Mais cedo, a presidente do Partido dos Trabalhadores, senadora Gleisi Hoffmann (PR), disse ter esperança de que o Supremo conceda decisão favorável a Lula na quarta-feira. "Temos a expectativa de que a ministra Rosa Weber cumpra o que falou sobre rever a decisão do Supremo em relação às prisões em segunda instância", declarou.
A menção à ministra Rosa Weber diz respeito ao ocorrido no julgamento do STF que rejeitou habeas corpus da defesa de Lula, abrindo caminho para que o juiz Sérgio Moro ordenasse sua prisão. Naquele julgamento, a magistrada disse que sua posição pessoal é contrária ao cumprimento provisório de penas, mas que, naquele recurso, votaria conforme o entendimento em vigência.
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