Sede da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preso desde sábado (7)
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Sede da Polícia Federal em Curitiba, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está preso desde sábado (7)

A Polícia Federal desautorizou o delegado Milton Fornazari Jr., que usou suas redes sociais para celebrar a  prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e defender a investigação e prisão de "outros líderes de viés ideológico diversos". O delegado tomou como exemplo de políticos que "se beneficiaram dos mesmos esquemas ilícitos que sempre existiram no Brasil" os nomes do presidente Michel Temer (MDB), do candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) e do senador Aécio Neves (PSDB).

"O delegado Milton Fornazari Jr. não faz parte do corpo diretivo da PF em São Paulo e tampouco é porta-voz desta instituição", rebateu a Polícia Federal por meio de nota divulgada nesta segunda-feira (9). "A PF reitera seu compromisso, como polícia republicana, de trabalhar de forma isenta, discreta e apartidária, nos estritos limites da lei", continua o texto.

A corporação também ressaltou que as declarações do delegado são "de cunho exclusivamente pessoal e que "jamais se manifesta oficialmente por meio de perfis pessoais de seus servidores".

Por fim, a PF anunciou ainda que serão tomadas medidas administrativas e disciplinares contra o delegado por ter contrariado o "normativo interno referente a manifestações em nome da instituição".

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"Lula merece a prisão"

Em seu perfil no Facebook, o delegado Milton Fornazari Jr., que foi responsável pela Delegacia de Combate à Corrupção e Crimes Financeiros em São Paulo, escreveu no último sábado (7) que Lula "merece a prisão".

“Lula preso. Objetivamente recebeu bens, valores, favores e doações para seu partido indevidamente por empresas que se beneficiaram da corrupção em seu governo. Por isso merece a prisão”, escreveu o delegado.

O servidor da  Polícia Federal  considerou ainda que, caso as investigações da Lava Jato incorram na prisão de outros líderes, "teremos realmente evoluído muito como civilização". "Se não acontecer e só Lula ficar preso, infelizmente tudo isso poderá entrar para a história como uma perseguição política", completou Fornazari Junior.

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