Líderes do Partido dos Trabalhadores (PT) se reúnem nesta segunda-feira (9) em Curitiba (PR) para discutir o futuro da legenda após a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, efetivada no último sábado
(7). Ao menos neste primeiro momento, o encarceramento de Lula na sede da Polícia Federal na capital paranaense não mudou o discurso de que o ex-sindicalista será o candidato petista à eleição presidencial de outubro.
A reunião de hoje visa definir os próximos passos do partido agora sem o seu líder máximo dando as cartas. A primeira estratégia adotada já está em curso: a defesa de que Lula
– condenado na Lava Jato por corrupção e lavagem de dinheiro – é um preso político colocado em cárcere justamente para não ser candidato à Presidência.
"O que estamos assistindo é a um completo desvio do papel do Judiciário. Há uma Justiça parcial, que tem lado. Respeitamos a decisão do ex-presidente Lula de cumprir a ordem de prisão, mas vamos lutar em todas as frentes pela sua liberdade", defendeu a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PR).
"Vamos assumir com todas as forças o compromisso que fizemos com Lula no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. Ele andará com nossas pernas, pensará com nossas cabeças. A partir de agora, somos todos Lula", completou Gleisi, mencionando o discurso proferido pelo ex-presidente aos seus apoiadores antes de ser preso, na tarde de sábado.
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Esperança no STF
Os aliados do ex-presidente torcem para que o Supremo Tribunal Federal (STF) reverta, nesta quarta-feira (11), a autorização para prisões após condenação em segunda instância, mesmo que o réu condenado ainda tenha como recorrer às instâncias superiores.
"Temos a expectativa de que a ministra Rosa Weber cumpra o que falou sobre rever a decisão do Supremo em relação às prisões em segunda instância", disse Gleisi.
A menção à ministra Rosa Weber diz respeito ao ocorrido no julgamento que rejeitou habeas corpus da defesa de Lula, abrindo caminho para que o juiz Sérgio Moro ordenasse sua prisão. Naquele julgamento, a magistrada disse que sua posição pessoal é contrária ao cumprimento provisório de penas, mas que, naquele recurso, votaria conforme o entendimento em vigência.
"Acredito em uma reversão no STF, porque isso não é compatível com a nossa legislação. Nem a condenação, tampouco a prisão para o cumprimento antecipado de pena”, afirmou o advogado Cristiano Zanin Martins , que defende o ex-presidente Lula, nesse domingo (8).