Arthur Lira teria aceitado propina em 2012, para manter o presidente da CBTU no cargo, conforme denúncia da PGR
Agência Câmara
Arthur Lira teria aceitado propina em 2012, para manter o presidente da CBTU no cargo, conforme denúncia da PGR

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentou uma denúncia nesta segunda-feira (2) contra o deputado Arthur Lira (PP-AL), líder de seu partido na Câmara, na qual pede para que o parlamentar tenha o mandato cassado. A solicitação foi enviada pela procuradora-geral, Raquel Dodge, ao Supremo Tribunal Federal (STF), e o acusa de lavagem de dinheiro e prevaricação.

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De acordo com a denúncia, Arthur Lira aceitou, em 10 de fevereiro de 2012, uma propina estimada em R$ 106 mil em dinheiro vivo do então presidente da Companhia Brasileira de Transportes Urbanos (CBTU), Francisco Colombo, em troca da manutenção dele no cargo.

“Francisco Colombo, para se manter na presidência da CBTU, oferecia e pagava vantagens indevidas a Arthur Cesar Pereira de Lira para que este, na condição de deputado federal, líder do PP na Câmara dos Deputados, com a prerrogativa de fazer indicações para cargos em comissão, mantivesse-o naquele cargo como nomeação política da agremiação”, escreveu Dodge.

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Dinheiro escondido na roupa

Na ocasião, o deputado havia enviado seu assessor parlamentar Jaymerson José Gomes ao Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, para receber o pagamento. Em tentativa de eliminar qualquer rastro da origem da verba ilegal, Lira teria mandado Gomes esconder as notas no corpo - por baixo de suas roupas, em bolsos do paletó, junto à cintura e dentro das meias - antes de embarcar para Brasília.

A orientação do político, segundo a denúncia, era para que seu assessor dissimulasse a real propriedade do dinheiro, caso fosse descoberto. No entanto, o plano não deu certo e, ao passar pelo aparelho de raio-x no aeroporto, Gomes foi barrado e abordado por agentes aeroportuparios e detido pela Polícia Federal.

Em sua denúncia, Raquel Dodge também ressaltou que o parlamentar deve pagar indenização de R$ 106,4 milhões à União para reparar os danos materiais causados, “uma vez que as condutas ferem a ordem econômica, a administração da Justiça, o patrimônio moral da coletividade e a confiança coletiva nas instituições públicas”.

Ao tentar entrar em contato com o deputado, a reportagem não obteve retorno.

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*Com informações da Agência Brasil

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