Depois do longo silêncio de Michel Temer (MDB) que sucedeu a prisão de seus amigos coronel Lima e José Yunes , o presidente enfim se manifestou sobre a investigação em curso no Ministério Público que busca averiguar se ele favoreceu a empresa Rodrimar na redação do Decreto dos Portos em troca de propinas.
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O presidente atacou os investigadores, classificando como “farsa” o inquérito e afirmando que o objetivo do Ministério Público é “destruir” sua reputação e inviabilizar sua reeleição à Presidência.
Diz um trecho da nota enviada pela Presidência : “bastou a simples menção a possível candidatura [de Temer] para que forças obscuras surgissem para tecer novas tramas sobre velhos enredos maledicentes. No Brasil do século XXI, alguns querem impedir candidatura. Busca-se impedir ao povo a livre escolha. Reinterpreta-se a Constituição, as leis e os decretos ao sabor do momento”.
Deflagrada nesta quinta-feira em São Paulo e no Rio de Janeiro, a Operação Skala faz parte do inquérito que investiga se o presidente Michel Temer aceitou propina da Rodrimar, empresa que opera o porto de Santos, em São Paulo, em troca de favorecimento ao grupo por meio da edição de decreto que regulamente contratos de concessão e arrendamento do setor portuário.
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Sobre a operação, o presidente reclamou que, “sem ter fatos reais a investigar, autoridades tentam criar narrativas que gerem novas acusações. Buscam inquéritos arquivados duas vezes pelo Supremo Tribunal Federal, baseados em documentos forjados e já renegados formalmente à justiça”.
Também são investigados no inquérito o ex-assessor da Presidência Rodrigo Rocha Loures, José Yunes, o coronel Lima e os empresários Antonio Grecco e Ricardo Mesquita, ligados à Rodrimar.
Quanto à prisão preventiva de seus amigos investigados, Temer denunciou que os procuradores “usam métodos totalitários, com cerceamento dos direitos mais básicos para obter, forçadamente, testemunhos que possam ser usados em peças de acusação”.
A nota da Presidência conclui dizendo que “o atropelo dos fatos e da verdade busca retirar o presidente da vida pública, impedi-lo de continuar a prestar relevantes serviços ao país”. O Ministério Público e o Supremo Tribunal Federal ainda não se manifestaram sobre as acusações de Michel Temer .
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