Coronel Lima alega problemas psicológicos e não depõe à Polícia Federal

Operação Skala faz parte do inquérito que investiga se o presidente Michel Temer aceitou propina da Rodrimar, empresa que opera o porto de Santos

Desde 2017, o ex-coronel preso na Operação Skala apresenta atestados de saúde como resposta a intimações da PF
Foto: Rede Globo/Reprodução
Desde 2017, o ex-coronel preso na Operação Skala apresenta atestados de saúde como resposta a intimações da PF

Preso na Operação Skala nesta quinta-feira (29), o ex-coronel João Batista Lima, amigo do presidente Michel Temer , não prestou depoimento à Polícia Federal em São Paulo nesta sexta-feira (30). O advogado Cristiano Benzota, que defende o amigo do presidente, alegou problemas psicológicos e físicos  de seu cliente para explicar a recusa em depor.

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“Em decorrência do quadro de saúde que ele mantém e da própria circunstância de estar aqui hoje acautelado, ele não revelou condições psicológicas e físicas de prestar seu depoimento”, disse Benzota ao jornal Folha de S.Paulo .

Além do coronel Lima , a Polícia Federal também prendeu na Operação Skala o advogado José Yunes, outro amigo do presidente e ex-assessor de Temer; o empresário Antônio Celso Grecco, dono da empresa Rodrimar, que opera no porto de Santos; o ex-ministro da Agricultura e ex-deputado federal Wagner Rossi, que foi presidente de uma administradora estatal do porto santista; uma empresária.

As prisões, em caráter temporário, foram um pedido da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso após risco de destruição de provas e “fortíssimos indícios de esquema contínuo de concessão de benefícios públicos em troca de recursos privados para fins pessoais e eleitorais que persistiria por mais de 20 anos no setor de portos”.

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Desde junho de 2017, o ex-coronel da Polícia Militar apresenta atestados de saúde como resposta a intimações da PF para esclarecimentos. Ele é apontado como um dos intermediários de proprina que supostamente seria paga ao presidente Temer no caso do decreto de portos. 

Segundo o advogado de defesa, o coronel, de 74 anos, já sofreu dois AVCs, um câncer e precisou retirar um rim em dezembro do ano passado. Além disso, ele precisa tomar medicamentos. Como passou mal durante as buscas em sua casa, precisou ser atendido por uma equipe do Samu e levado para o hospital. 

O que é a Operação Skala

Deflagrada nesta quinta-feira em São Paulo e no Rio de Janeiro, a Operação Skala faz parte do inquérito que investiga se o presidente Michel Temer aceitou propina da Rodrimar, empresa que opera o porto de Santos, em São Paulo, em troca de favorecimento ao grupo por meio da edição de decreto que regulamente contratos de concessão e arrendamento do setor portuário.

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Também são investigados no inquérito cuja a Operação Skala faz parte o ex-assessor da Presidência Rodrigo Rocha Loures e os empresários Antonio Grecco e Ricardo Mesquita, ligados à Rodrimar. No dia 5 de março, Temer teve a quebra do sigilo bancário determinada por Barroso, asim como o coronel Lima; o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, famoso pelo episódio da mala com R$500 mil supostamente destinada ao presidente; e Antonio Celso Grecco e Ricardo Mesquita.