A reforma de um imóvel de Maristela Temer, filha do presidente da República Michel Temer (PMDB), se tornou alvo da Operação Skala, deflagrada pela Polícia Federal nesta quinta-feira (29). As investigações se dão em torno de supostos pagamentos indevidos ao peemedebista por meio das obras na casa da filha, dentro do Inquérito dos Portos.
A responsável pela reforma foi a arquiteta Maria Rita Fratezi, esposa do coronel João Baptista Lima, suspeito de receber propina em nome de Michel Temer
. Maria Rita e o marido são sócios da empresa PDA Projeção e Direção Arquitetônico.
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), ordenou, a pedido da Polícia Federal e da Procuradoria-Geral da República (PGR), a intimação da arquiteta, e decretou prisão do coronel Lima e outros aliados do presidente.
Maria Rita deverá ser questionada sobre o motivo da “reforma de alto custo em imóvel da senhora Maristela Temer, filha do Excelentíssimo Senhor Presidente da República”, conforme informou Barroso. “Há informações sobre pagamentos de altos valores em espécie”, declarou o ministro.
Segundo os investigadores, o serviço prestado pela arquiteta é a primeira prova do elo financeiro entre o coronel Lima e Temer. A Polícia Federal suspeita de que as obras tenham sido pagas com dinheiro de propina.
O coronel Lima é suspeito de ser responsável pela captação de recursos irregulares para Temer, por meio de suas empresas, principalmente a Argeplan. Convocado para depor desde junho de 2017, João Batista Lima Filho só foi ouvido hoje pela Polícia Federal. Até o momento ele alegava problemas de saúde que o impediam de prestar depoimento.
Amigos de Michel Temer
A operação tem 13 alvos, entre eles, outros amigos de Temer, como o advogado José Yunes
e o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi, além do coronel. Os empresários Antonio Celso Grecco, do grupo Rodrimar, e Celina Torrealba, do grupo Libra também foram presos.
No entanto, o coronel Lima, amigo de Temer há mais de 30 anos, seria a peça central do esquema, conforme suspeitam os investigadores.
“A Argeplan, agora oficialmente com o investigado João Batista Lima Filho como sócio, tem se capitalizado por meio do recebimento de recursos provenientes de outras empresas – as interessadas na edição do denominado Decreto dos Portos – e distribuído tais recursos para os demais investigados”, escreveu Barroso em seu despacho, com referência às investigações da PF.
Segundo os assessores de Michel Temer , as prisões significam “perseguição política” ao presidente.
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