O delegado Fabiano Oliveira, de Laranjeiras do Sul, no Paraná, afirmou que vai tratar o caso do ataque a tiros à comitiva do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que aconteceu na noite de terça-feira (27) em Quedas do Iguaçu, como tentativa de homicídio.
Segundo Oliveira, dois dos três ônibus que levavam Lula , assessores, jornalistas e outros convidados e pertenciam à caravana que o petista está fazendo no Sul do país foram atingidos com tiros. Um dos veículos também tinha marca de uma pedrada no vidro, e um dos pneus foi danificado por objetos perfurantes.
O delegado informou que um dos tiros veio de uma arma mais forte, com calibre 380, e os outros são de arma de calibre menor, provavelmente 22. “Foram pelo menos duas pessoas na ação, porque há tiros nos dois lados de um dos ônibus. O caso vai ser tratado como tentativa de homicídio”, disse Fabiano Oliveira.
De acordo com testemunhas que estavam dentro dos veículos, o ônibus que levava a imprensa nacional e internacional recebeu um tiro na lataria e tinha um arranhão no vidro, que antes fora dito como um tiro de raspão, mas depois foi definido como uma pedrada pelo delegado.
O veículo que levava o ex-presidente não foi atingido por nenhuma arma de fogo.
A Secretaria de Segurança Pública, no entanto, informou, por meio de nota, que ainda é muito cedo falar sobre tentativa de homicídio. “Não há, por ora, indícios de uma tentativa de homicídio como chegou a ser comentado”. A secretaria ainda ressaltou que o inquérito será presidido pelo delegado Helder Andrade Lauria, superior hierárquico de Fabiano Oliveira.
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Segurança
Ainda na noite de terça-feira, a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, afirmou que a caravana foi vítima de uma emboscada. “Não se trata de um grupo de oposição política, mas sim de uma milícia armada”, declarou ela. Para Hoffmann, esse teria sido um atentado à vida do ex-presidente.
Lula também criticou a falta de segurança em sua campanha no Paraná. “O Paraná foi o único estado da federação de todos os percorridos pela caravana #LulaPeloBrasil a não fornecer uma escolta policial para a comitiva dos ônibus”, publicou.
No entanto, em um comunicado, a Polícia Civil do Paraná informou que será aberto um inquérito para apurar os fatos, e relatou que a comitiva não havia solicitado a escolta.
Gleise Hoffmann e outras lideranças do PT também criticaram o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann , e pediu ajuda das autoridades para que haja alguma providência a respeito do ocorrido. “Vocês vão ficar quieto até quando? Até morrer alguém?”, indagou a presidente do PT.
Jungmann afirmou que iria pedir “cuidados adicionais ao governo do Paraná”. “Nós não podemos admitir confrontos. É absolutamente anti-democrático. É preciso ter respeito”, afirmou ele.
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