Enquanto os três ônibus da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deixavam a cidade de Quedas do Iguaçu, no Paraná, dois dos veículos foram atingidos por três tiros na noite desta terça-feira (27).
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Um dos ônibus da caravana de Lula
, que levava jornalistas e era o último do comboio, foi perfurado duas vezes na lataria, em ambos os lados. Outro tiro pegou o vidro de raspão. O veículo, que levava convidados e estava no meio da comitiva também foi atingido por uma bala. Não houve feridos.
Ganchos de metal pontiagudos lançados na estrada também danificaram um dos pneus do ônibus que levava os jornalistas. No entanto, o ônibus de Lula não foi afetado.
Em um vídeo exibido pelas redes sociais do PT , a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, afirmou que a caravana foi vítima de uma emboscada. “Não se trata de um grupo de oposição política, mas sim de uma milícia armada”, declarou ela. Para Hoffmann, esse foi um atentado à vida do ex-presidente Lula.
Ela também criticou o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann , e pediu ajuda das autoridades para que haja alguma providência a respeito do ocorrido. “Vocês vão ficar quieto até quando? Até morrer alguém?”, indagou a presidente do PT. Um boletim de ocorrência foi registrado.
Lula também relatou o episódio em seu Twitter. “A nossa caravana está sendo perseguida por grupos fascistas. Já atiraram ovos, pedras. Hoje deram até um tiro no ônibus”, escreveu o ex-presidente.
O petista ainda chegou a criticar a falta de segurança em sua campanha no Paraná. “O Paraná foi o único estado da federação de todos os percorridos pela caravana #LulaPeloBrasil a não fornecer uma escolta policial para a comitiva dos ônibus”, publicou.
Em um comunicado, o Partido dos Trabalhadores informou que “a Caravana #LulaPeloBrasil, em sua versão pelo sul, tem sido alvo de ataques fascistas e grupos que não toleram a democracia e o livre direito das pessoas se manifestarem e apoiarem quem quiserem”.
O episódio aconteceu na saída de Quedas do Iguaçu, quando a comitiva seguia para Laranjeiras do Sul. Antes, Lula disse, em seu comício, que iria recriar o Ministério do Desenvolvimento Agrário e prometeu legalizar os quilombolas. A cidade é cercada por assentamentos, com aproximadamente 8 mil famílias na região.
Protestos no Sul
Desde que começou a caravana na região Sul do país, diversos protestos contra o petista foram notificados . Vias de acesso pelas quais o comboio do PT passava foram bloqueadas, o que causou confronto com o público que seguiu o ex-presidente.
Diante do ocorrido, Lula precisou mudar a rota dos comícios, e deixou de passar por Passo Fundo, no Rio Grande do Sul para evitar conflitos, depois de ruralistas e apoiadores de Bolsonaro bloquearem a estrada de acesso à cidade.
Neste sábado (24), Lula discursou no centro de Florianópolis (SC) e falou sobre os ataques, deixando claro que a situação não ficará assim. “Este ano vai ser um ano duro. Tem gente que está se organizando como se fossem paramilitares. Tem gente que está se preparando até para invadir comício de outro. Nós somos da paz. É só olhar para a cara de vocês. Aqui tem estudantes, trabalhadores, professores. Mas não nos provoquem. Se derem um tapa na nossa cara a gente não vai apenas virar para o lado, a gente vai retribuir até eles aprenderem a viver democraticamente”, declarou Lula.
Enquanto o petista falava, um grupo menor fazia manifestava contra a presença dele na cidade. Com bandeiras do Brasil e camisetas a favor de Bolsonaro, o protesto ficou separado por alguns metros e uma fileira de policiais militares. Não houve registro de conflitos.
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